Para fazer a correta destinação do lixo tóxico domiciliar em Curitiba é preciso um pouco de informação, planejamento e paciência. Pode parecer difícil, mas o resultado da coleta realizada pela prefeitura mostra que grande parte da população colabora na hora de descartar pilhas, tintas, lâmpadas, embalagens de inseticida, óleo usado e remédios.
A coleta é feita por um caminhão específico, que a cada dia útil do mês fica estacionado em um terminal de ônibus de Curitiba, à espera dos itens levados pelos moradores da região. No começo de abril, por exemplo, o caminhão estava no Terminal do Cabral. Moradora de um bairro próximo, o Alto da Glória, Berenice Lemos, 63 anos, disse não se incomodar com o trabalho de levar o lixo tóxico. "É a primeira vez que venho. Fui juntando vários remédios vencidos e sem uso, mas não tem problema algum, é só deixar em uma sacola num canto da casa. É bom saber que tem um serviço desses, não incomoda nada passar por aqui e deixar", diz.
Segundo o diretor do Departamento de Limpeza Pública da prefeitura, José Conter, a resposta da população ao serviço é bastante satisfatória, e não há planos de mudar o sistema atual. Apesar de o caminhão ficar estacionado apenas uma vez por mês em cada terminal, ele afirma que isso tem se mostrado suficiente.
"A própria legislação indica que, cada vez mais, os fabricantes terão de se responsabilizar pelo recolhimento dos seus produtos. Por isso não há indicação de necessidade de ampliação do serviço", explica Conter. Ele se refere ao princípio da logística reversa, instituído pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010. Para a implantação desse sistema, o poder público pode criar regulamentos específicos, acordos setoriais ou firmar termos de compromisso com as empresas.
Separação
Conter ressalta que o caminhão do lixo tóxico é voltado apenas para resíduos residenciais, e que as empresas precisam se responsabilizar pelos seus dejetos. Nenhum dos produtos tóxicos deve ser misturado ao lixo orgânico, nem ao lixo reciclável.
Motorista há oito meses, do caminhão que recolhe lixo tóxico, Luís Eduardo Ceccon, aprendeu no ofício a importância de separar bem cada tipo de resíduo. "Antes eu não tinha muita noção de como era prejudicial. Hoje eu sei como separar bem."