Cadastro
Veja onde tornar-se um doador em Curitiba:
Biobanco do HC/UFPR
Quando: de segunda a sexta, das 7h30 às 18 horas; e aos sábados, das 7h30 às 12h30.
Endereço: Av. Agostinho Leão Junior, 108, Alto da Glória.
Informações: (41) 3360-1875.
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná
Quando: de segunda a sexta, das 8 às 17 horas.
Endereço: Travessa João Prosdócimo, 145, Alto da XV.
Informações: 0800-645-4555.
Hemobanco
Quando: de segunda a sexta, 8 às 18 horas.
Endereço: Rua Capitão Souza Franco, 290, Batel.
Informações: (41) 3023-5545.
Hospital Erasto Gaertner
Quando: de segunda a sexta, das 9 às 17h30.
Endereço: Rua Dr.Ovande do Amaral, 201, Jardim das Américas.
Informações: (41) 3361-5038.
Santa Casa de Curitiba
Quando: de segunda a sexta, das 8 às 12 horas, e das 14 às 18 horas; e aos sábados, das 8 às 12 horas.
Endereço: Praça Rui Barbosa, 694, Centro.
Informações: (41) 3322-2387.
Ao som do refrão "What doesnt kill you make you stronger" (O que não te mata te faz mais forte em tradução livre), do hit "Stronger", pacientes, pais, médicos e funcionários do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, fizeram um vídeo para estimular o transplante de medula óssea no Brasil. Publicado na última segunda-feira no Youtube, em menos de 48 horas ele já tinha sido visto por mais de 26 mil pessoas. Nesta sexta-feira (19/10) de manhã, mais de 135 mil acessos haviam sido contabilizados.
>> Assista ao vídeo de incentivo à doação de medula óssea
O refrão da música da cantora Kelly Clarkson é contagiante e, depois de assistir aos pacientes dançando, sorrindo e entoando a canção, é impossível ficar indiferente.
Quem teve a ideia foi Hermes Lima Ribeiro, voluntário no processo de transporte de medula óssea de outros países para o Brasil e irmão do hematopediatra do Hospital Nossa Senhora das Graças, Lisandro Lima Ribeiro. "Eu estava em Nova York justamente para trazer a medula coletada de um doador. Lá tocava essa música no rádio o tempo todo. Quando voltei ao Brasil, resolvi pesquisá-la na internet, e o primeiro resultado da busca foi um vídeo produzido pelo pessoal do Childrens Hospital em Seattle, feito pelas crianças lá internadas", conta Hermes.
O irmão comprou a ideia, e os dois conseguiram o apoio da diretoria do hospital. Convencer pais, funcionários e pacientes a participar foi fácil. Com o objetivo de estimular as pessoas a serem doadoras de medula óssea e ao mesmo tempo mostrar que é possível encarar a doença sempre com alegria, eles abraçaram a causa e se tornaram atores por uma semana.
Disponibilidade
O doutor Lisandro ressalta que, além de conscientizar as pessoas sobre a importância de se tornar um doador, é importante entender que é essencial que permaneçam como tal. "Acontece muito de pessoas que estão enfrentando o problema na família se cadastrarem no banco. Porém, depois que o familiar se cura, elas desistem de doar para outros. Já houve caso de encontrarmos um doador 100% compatível que depois se tornou indisponível, impossibilitando o procedimento. Imagine a frustração."
Gravações
As quatro noites de gravação foram um acontecimento na vida dos pacientes. "A rotina deles é de tratamento, de medicação, de consultas. O vídeo fez com que eles se animassem e se divertissem durante a produção", diz o psicólogo do hospital José Roberto Figueiredo Palcoski. "Notamos uma melhora da autoestima, da aceitação ao tratamento e a permanência no hospital. Há pacientes que chegam a ficar internados por 40 dias."
Para a estudante de Odontologia Isabella Matumoto, de 19 anos, o vídeo foi especial. Ela descobriu que tinha leucemia há quatro anos e, durante três, fez o tratamento. A doença entrou em estado remissivo e por 10 meses a garota não precisou tomar medicamentos. Mas o problema voltou e agora ela terá de fazer um transplante de medula óssea. Como ninguém de sua família era compatível, foi preciso recorrer ao Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Felizmente ela já encontrou alguém que poderá salvar sua vida. "Eu não sei nada sobre essa pessoa. Mas já a amo muito. Como diz o ditado, ela está fazendo o bem sem olhar a quem."
As lutas da vida real
Brincadeira
Em dezembro de 2011, Matheus Steilein Trevizani (foto), com 3 anos na época, começou a sentir fortes dores na perna. Após uma ressonância magnética, células de câncer foram encontradas. A mãe, Jaqueline, conta que em quase um ano de tratamento o menino jamais deixou de brincar, de correr ou de sorrir. "Ele é cheio de energia, de alegria. Encarou tudo como uma brincadeira." Segundo ela, o vídeo mostra a importância de ser um doador. A dificuldade de encontrar alguém compatível fora da família é muito pequena. Quanto mais pessoas cadastradas como doadores, melhor."
Careca
Isabella Matumoto, 19 anos (foto), encontrou no banco de doadores de medula óssea alguém compatível com ela e em breve poderá passar pelo procedimento. Ela não sabe seu nome, endereço, raça, idade ou sexo, mas espera que em dois anos (tempo em que nem doador nem receptor podem entrar em contato um com o outro) possa conhecê-lo. Ela havia decidido não participar do vídeo por não ter "assumido" a careca. Seu pai, Francisco Matumoto, resolveu substituí-la e ela se emocionou. "Agora vejo minha careca e tenho orgulho. Espero que o vídeo ajude muita gente", conta.
Nossa missão é ajudar
Gabrielli Folle, 12 anos - Com 80% de chances de cura por meio do tratamento quimioterápico, que deve durar dois anos, Gabrielli Folle, de 12 anos, encara a luta com muita força e coragem. A mãe dela, Fabielli Folle, ainda não descartou a possibilidade de a menina ter de realizar o transplante no futuro, mas elas acreditam que é possível sim conscientizar as pessoas da importância de se tornarem doadoras. "Essa luta não é fácil. É preciso ficar atento a qualquer probleminha que ela tenha, como febre, alguma dor, até picada de mosquito pode se tornar algo muito grave. Mas nós acreditamos que estamos nesse mundo para ajudar o próximo. Assim, podemos fazer a diferença", diz a mãe. E participar do vídeo foi um oportunidade para que elas ajudassem a tocar o próximo a fazer o bem. "[A sensação de ter participado] é incrível. É emocionante. Fico quase sem palavras. Muitas pessoas nem sabem que é possível ter esse ato de amor. Antes de eu passar por isso, também não sabia. Agora quero ajudar a divulgar", conta a menina. "Acredito que muitas pessoas vão ver o vídeo, se emocionar e sentir que devem doar medula para salvar uma vida."
Dois objetivos
Daniel Ansay, 30 anos - Após passar a sentir muito cansaço, Daniel Ansay, 30 anos, decidiu começar a praticar exercícios para melhorar seu condicionamento físico. Quando fez os exames recomendados, a leucemia foi detectada. Depois do choque inicial, Daniel passou a fazer o tratamento quimioterápico, hoje a doença já está controlada e ele recebeu alta. Mesmo não tendo precisado de transplante de medula, seus quatro irmãos fizeram os testes de compatibilidade e nem um poderia ser doador. Isso significa que, se no futuro ele tiver de fazer um transplante, precisará encontrar alguém cadastrado no banco de medula óssea. "Quando me convidaram para participar do vídeo, eu já estava em alta, mas aceitei na hora. Essa foi uma grande oportunidade para duas coisas: a primeira mostrar para quem sofre com o problema que há outras pessoas na mesma situação e estão lidando com isso sempre com muita força. E a segunda foi divulgar a importância de ser um doador de medula."
A ajuda veio da Alemanha
Noah de Brito Nadalini, 1 ano e 3 meses - Aos 10 meses de idade, Noah de Brito Nadalini foi diagnosticado com leucemia. Como seu caso era grave, o bebê precisava o quanto antes de um transplante de medula óssea. Felizmente, em apenas quatro meses veio a notícia de que havia um cordão umbilical compatível na Alemanha. O material veio para o Brasil, e há três semanas, pouco tempo depois de Noah e seus pais terem participado das gravações do vídeo, ele foi submetido ao transplante. "Fizemos questão de participar do vídeo com o Noah. Nós já temos um blog, no qual divulgamos toda a história dele e incentivamos as pessoas a serem doadoras. Muita gente conta que depois que leu o blog resolveu se cadastrar no banco de doadores de medula óssea", diz a mãe dele, Camila Brito Nadalini. O menino agora está bem, mas continua internado de forma isolada porque sua imunidade está muito baixa. "Por enquanto só meu marido e eu ficamos com ele. Os cuidados são muito intensos nessa fase, mas acredito que em três semanas possamos ir todos para casa."
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