A Delegacia do Adolescente está investigando um vídeo filmado dentro de um dos banheiros do Colégio Estadual do Paraná. As imagens, que chegaram a ser colocadas na internet, mostram três estudantes da escola, todos menores de idade, fazendo sexo. A menina de 13 anos e dois meninos, cujas idades não foram reveladas, não terão seus nomes divulgados.
Segundo alunos do Estadual, as imagens filmadas no banheiro circularam dentro do colégio. Os estudantes repassavam o filme de um celular para outro, até que um deles colocou o vídeo no YouTube. Depois que o caso foi descoberto, na terça-feira, as imagens foram retiradas da web.
O assunto virou tema de discussão entre os alunos. No Orkut, a comunidade do colégio teve dezenas de comentários sobre o vídeo. Os alunos se mostram surpresos e revoltados com o caso. Para um deles, que não quis se identificar, o Estadual é muito grande e quem colocou na rede não teve ideia da dimensão do problema que estaria causando tanto para a instituição quanto para as pessoas envolvidas.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação avisa que está trabalhando com as famílias envolvidas, com o Conselho Tutelar e o Ministério Público. Na continuidade, o texto aponta que os alunos estão recebendo "orientações necessárias para que não sofram por parte da comunidade qualquer constrangimento". Os colegas informaram que os três estudantes estão afastados da escola.
Para a superintendente de Educação da secretaria, Alayde Digiovanni, este é o momento de acolher os alunos. "A escola de hoje não está aí para julgar", comenta ela. A psicóloga e especialista em psicopedagogia Tisa Paloma Longo aposta na discussão sobre a sexualidade para atenuar problemas como este. "A palavra-chave é orientação", diz. Ela acredita que está se perdendo a noção de que é necessário preservar a intimidade quando se divulga algo pessoal para todos somente com o intuito de chocar. "Há de se pensar qual o tipo de limites que o adolescente tem em casa e quais punições ele vai receber pelos seus erros", alerta a profissional.
Ex-aluno do Colégio Estadual, o empresário Diogo Lopes, 21 anos, diz que casos como este já eram comuns em sua época de escola. Os envolvidos eram alunos do Ensino Médio, na grande maioria. "A motivação era a aventura, a emoção". Para outro ex-aluno, o universitário Duran Sodré, 18 anos, a erotização tem sido muito precoce. "A vida dela (a estudante envolvida) vai ficar marcada para sempre".