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A vizinhança está chocada com os maus-tratos praticados pela babá

A família do bebê de 7 meses espancado pela babá, em Paranaguá, no Litoral do Paraná, pretende não conversar com a imprensa e também não autorizou a divulgação das imagens das agressões, filmadas por uma vizinha no dia do flagrante. As gravações mostram série de agressões e torturas. Em uma delas, o bebê chega a ser arremessado ao chão.

O crime ocorreu na segunda-feira (6), por volta das 18h30, e foi denunciado por uma vizinha que suspeitava dos constantes choros do bebê. A polícia foi acionada. Neste momento houve também uma discussão entre a denunciante e a babá, que estava na residência da família para qual trabalhava.

As imagens registradas mostram uma série de maus-tratos. Em uma delas, o bebê chega a ser arremessado ao chão. Segundo a vizinha, que interferiu na agressão, Suellen Aparecida Silva estaria a ponto de pisotear a criança.

Já na Delegacia da Polícia Civil, a babá teria menosprezado o crime e os policiais, como informa o delegado operacional da 1ª SBP de Paranaguá, José Antônio Zuba de Oliva. "Ela estava tão fora de si que precisei inclusive trocar o escrivão por uma escrivã, por causa da revolta na delegacia. Pela forma como ela agia, parecia pouco estar se importando com o crime que cometeu", conta. No entanto, segundo o delegado, a postura da babá mudou. "Ela não fala mais nada. Como está no convívio com as outras presas, talvez tenha sido instruída a ficar quieta", explica.

Suellen Aparecida Silva não tem passagem pela polícia e está detida na carceragem da delegacia da Polícia Civil em Paranaguá. A babá ainda não apresentou um advogado e caso condenada, pode receber pena de dois a oito anos de prisão.

A criança foi submetida a exames no Instituto Médico Legal (IML). Laudo e fotografias do exame serão utilizados como provas no processo, reforça o delegado. "As marcas são visíveis, há inclusive uma marca de dentada nos pés da criança. Ainda assim, está tudo documentado. Espero que ela seja julgada o mais rápido possível. Com certeza assim que isso for feito, ela será enviada para a prisão".

Vizinhança chocada

Nas casas das redondezas do crime, no Santos Dumont, bairro de classe média de Paranaguá, muitos vizinhos se mostraram chocados. Um deles foi o corretor de navios Luis Gastão, de 58 anos. "O japonês pai do bebê é gente fina. Eles não merecem estar passando pelo que passaram. Espero que a lei puna a agressora, pois moro aqui há 27 anos e nunca vi nada parecido", lamenta.

Outra vizinha, que preferiu não se identificar, afirmou que a babá foi indicada aos pais da criança por uma amiga e diz que nunca suspeitou da moça. "Ela trabalhava de manhã e ia embora ao final da tarde. Chegava e saia numa boa. E agora a gente descobre isso. É horrível", diz.

Os vizinhos que denunciaram a tortura preferiram manter o silêncio, como afirma um dos moradores da casa onde foi feita a filmagem e que não quis se identificar. "Vamos manter a privacidade da família", conta.

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