Uma instrução de tiro da Polícia Militar do Paraná (PM) feita há quase duas semanas tem causado polêmica entres os policiais militares. Um cadete da Academia Policial Militar do Guatupê, acompanhado do instrutor, avança em uma simulação de confronto. O cadete segue adiante no circuito. O treino já acontecia há alguns minutos. No momento que o jovem dispara, a arma falha. O ferrolho da pistola salta junto com o disparo. Em seguida, os outros dois policiais que o acompanham disparam e as pistolas funcionam. O problema tem assustado alguns policiais que reclamam constantemente da qualidade do armamento. As imagens circulam nos grupos de whatsapp de policiais, que têm demonstrado preocupação com o fato.
As forças de segurança do Paraná normalmente usam a pistola Taurus PT 840. Não é de hoje que elas causam reclamações. No final de 2014, uma policial foi atingida por um disparo acidental quando deixou cair a arma, acabou ferida sem gravidade. Naquele ano, houve até um recall.
“É provável que ocorram mortes de policiais e inocentes com armamento deste jeito. Fizemos um requerimento a Secretaria de Estado da Segurança Pública para pedir autorização para comprar outro armamento para atender a demanda policial”, afirmou o presidente da Associação dos Praças do Paraná (Apra) . Segundo o policial, a associação recebe constantes reclamações em relação ao armamento.
A reportagem tentou localizar o cadete e o instrutor, mas eles não atenderam aos telefonemas. A Polícia Militar do Paraná informou, por meio de nota da assessoria de imprensa, que o fato foi “absolutamente incidental”. De acordo com o texto, a Seção de Armas e Munições da Diretoria de Apoio Logístico da corporação está avaliando o caso e periciando a arma. A instituição afirmou ainda que as avaliações de proficiência das armas usadas pela PM acontecem constantemente. A reportagem também tentou encontrar um representante da fábrica Forjas Taurus, fornecedora da arma usada pela PM, mas não houve sucesso.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que já solicitou a autorização do Exercito para comprar armas da marca Glock, da Áustria. A Sesp pretende comprar 850 pistolas para PM e 160 para a Polícia Civil. Se a compra for efetivada, todas as armas serão destinadas para as unidades especiais, como o Bope, Tigre e Cope.
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