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A prisão em flagrante do motorista de ônibus Anézio Sereia, de 54 anos, desencadeou um processo de investigação que já identificou pelo menos três crianças vítimas de abuso sexual em Curitiba. Duas meninas de 10 e 11 anos já foram ouvidas pelo Núcleo de Proteção à Criança Vítima de Crime (Nucria) e, hoje, um garoto de 11 anos também deve fornecer mais informações. O motorista foi surpreendido por policiais militares no início da noite de segunda-feira, quando obrigava Priscila (nome fictício), 10 anos, a manter ato libidinoso dentro do próprio veículo.

Os vidros embaçados do Gol prata, placa AKA-3461, chamaram a atenção dos policiais que faziam ronda na Rua Eduardo Pinto da Rocha, local afastado e pouco movimentado do bairro Alto Boqueirão. Ao fazer a abordagem do veículo, os policiais depararam-se com uma cena que certamente não teriam imaginado. O motorista foi encontrado seminu, acompanhado de uma criança. Os dois foram encaminhados ao Nucria.

Lá, Priscila forneceu detalhes sobre o abuso e revelou já ter saído com o motorista mais de 20 vezes. Segundo a delegada Ana Cláudia Machado, o acusado oferecia doces e dinheiro para a menina. "Ele ainda fazia ameaças dizendo para ela não contar a ninguém", relata a delegada. Caso a garota fizesse a denúncia, Sereia falava que ela seria tirada da casa pelo Conselho Tutelar, apanharia dos pais e ele iria praticar atos piores porque nada aconteceria com ele.

"Essa era uma prática crônica. Eles tinham códigos para que a menina soubesse quando tinha de entrar no carro dele. Era um sinal de positivo ou um toque de telefone", afirma Ana Cláudia. De acordo com a delegada, Priscila será submetida a exame no Instituto Médico Legal (IML) para que possa ser apurado se, além do abuso, ela foi violentada. Todas as vítimas serão encaminhadas para avaliação e tratamento psicológicos.

As três crianças são de famílias de classe média-baixa e moram no Bairro Novo. O Nucria espera encontrar outras vítimas de Sereia, já que há informações de que ele sempre estaria com crianças em seu carro. O motorista responderá pelo crime de exploração sexual, que prevê pena de quatro a dez anos de detenção.

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