Quatro vigilantes de uma empresa de segurança são acusados de terem ateado fogo a um adolescente de 16 anos, depois de uma sessão de choques e pancadas, em Curitiba. Outros dois jovens que estavam com Felipe (nome fictício) também teriam sido agredidos. O fato ocorreu em uma noite no início de novembro, na laje de uma igreja no Centro Cívico, onde os rapazes passariam a noite.
De acordo com o Núcleo de Proteção à Criança Vítima de Crime (Nucria), os jovens estariam cheirando tíner no local e foram surpreendidos pelos seguranças após terem acionado o alarme silencioso em uma brincadeira. Felipe encontra-se em recuperação, no Hospital Evangélico, desde 2 de novembro.
Segundo a delegada do Nucria, Ana Cláudia Machado, o vigilante José Alexander Gonçalves, 29 anos, detido na última sexta-feira, teria atendido a ocorrência e pedido reforço por meio de um sistema de rádio. A partir desse momento há duas versões: a de Gonçalves e a dos adolescentes.
Em depoimento, o vigilante conta que apenas seu colega Lourival Buava Pinto Júnior teria prestado ajuda. Após vistoriarem a igreja, revistarem os rapazes e verem que estava tudo sob controle, os seguranças deixaram o local. "No depoimento, ele conta que realizaram apenas o trabalho de rotina. Em momento algum meus clientes deixaram de prestar qualquer informação à Justiça e sempre estiveram à disposição dela", afirma o advogado Roberto Brzezinski Neto, defensor dos vigilantes. Pinto Júnior encontra-se foragido.
Os adolescentes relataram ao Nucria uma situação bem diferente. Eles teriam sido revistados por três homens e passaram a ser agredidos depois que um quarto vigia chegou. "Todos contam que um dos seguranças falou que eles estariam perdidos porque o Carrasco havia chegado", revela a delegada. Felipe e os outros dois passaram a ser agredidos com "cacetadas e choques".
Segurado de cabeça para baixo, Pedro (também nome fictício), de 17 anos, foi ameaçado de ser jogado da laje. Enquanto isso, um dos vigias encharcou Felipe com o tíner que os jovens inalavam e com um choque teria incendiado o rapaz. As vítimas contam que seus agressores saíram do local sem prestar ajuda. Eles foram socorridos pelo Siate depois de percorrerem três quilômetros.
A delegada conta que Felipe é filho de uma família humilde e tinha fugido de casa. Os pais do garoto souberam que ele estaria no hospital apenas no dia 21 de novembro e o Nucria foi notificado sobre o fato depois disso. Na laje da igreja foram encontradas roupas queimadas. Nota divulgada pelo Hospital Evangélico revela que Felipe foi atendido com queimaduras de 2.º e 3.º graus em 45% do corpo e encontra-se "em processo de enxertia das lesões, sem previsão de alta hospitalar".
O Nucria informou que a empresa de segurança abriu uma sindicância interna antes mesmo que os policiais soubessem do fato e agora aguarda a revelação dos nomes dos outros funcionários supostamente envolvidos. Além disso, há outras duas denúncias de agressão a adolescentes por vigilantes da mesma empresa.
De acordo com o diretor da Metronic, Juilson Luiz Vieira, um procedimento foi instaurado após seu cliente ter relatado denúncia de que jovens teriam sido agredidos por seguranças. Ele diz que desconhece outros casos. "Até agora não existe nenhum fato concreto nem provas contra os funcionários", afirma. A empresa está disposta a ajudar as investigações no que for preciso.
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