Vigilância Sanitária proíbe família de alimentar cães de rua

A Vigilância Sanitária de Guarapuava, na região Centro-Sul do Paraná, proibiu uma família de alimentar cachorros de rua. A notificação foi registrada no último dia 11, depois que um vizinho denunciou ao órgão que os cães eram agressivos e que, por isso, a alimentação dada a eles colocava em risco os moradores do local. A primeira notificação dada à família também exigia que eles se desfizessem de dois dos quatro cachorros mantidos na casa.

O dono da residência, Regis Telles dos Passos, informou que aproveitava para tratar os cães de rua no horário em que alimentava os seus animais, e que ele não era o único a proceder dessa forma, pois outros moradores da rua também os alimentam. "Ele [denunciante] disse que a alimentação era simplesmente jogada na rua e causava mau cheiro, e também que os animais atacavam os transeuntes", relatou Passos.

Segundo ele, a notificação repassada à família foi assinada por sua filha, de 13 anos. A adolescente teria sido avisada que deveria assinar o documento, caso contrário, correria o risco de ser presa. De acordo com Passos, no documento também foi colocada a observação de que a família era reincidente, sendo que, até então, eles nunca haviam recebido qualquer orientação da Vigilância Sanitária.

Quatro dias depois da notificação, Passos e a esposa foram até à sede da Vigilância Sanitária do município, que descartou o primeiro documento. A nova notificação mantém a determinação de que a família não trate os cachorros de rua, mas descartou a necessidade de que eles se desfaçam dos dois cães mantidos na casa.

"Esse fiscal nem chegou a entrar em casa, porque tem grade, e como quando ele veio só estavam as crianças, não entrou. Ele não viu as condições em que estavam os meus cachorros, a parte de higiene, simplesmente decretou que deveríamos nos livrar de dois animais", informou Passos.

A Prefeitura de Guarapuava disse que o fiscal responsável pela primeira notificação já foi advertido por ter feito a adolescente assinar o termo, e que a Vigilância Sanitária voltou atrás na questão da necessidade de a família se desfazer de dois cachorros mantidos na residência.

O órgão confirmou que a postura foi adotada porque denúncias apontavam que os aproximadamente cinco cachorros que estavam sendo alimentados apresentavam perigo à população. Ainda segundo a Prefeitura, uma equipe responsável pelo canil municipal de Guarapuava está recolhendo esses animais.