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Sob análise

Em Curitiba, os hospitais de Clínicas, Pequeno Príncipe, Trabalhador e Nossa Senhora do Pilar recebiam essa nutrição.

No interior do estado, o alimento era enviado para os hospitais regionais do Norte Pioneiro (Santo Antônio da Platina), Sudoeste (Francisco Beltrão) e Litoral (Paranaguá); Hospital Infantil Waldemar Monastier (Campo Largo); Hospital Ministro Costa Cavalcanti (Foz do Iguaçu); Hospital Santa Casa de Campo Mourão; Hospital São Lucas (Cascavel); Policlínica Pato Branco; e Hospital e Maternidade São José (São José dos Pinhais).

Em Santa Catarina, houve distribuição em dois hospitais de Lages e Balneário Camboriú.

Já em São Paulo, dois hospitais - Itanhaém e Perequê Açu - receberam o alimento.

As vigilâncias sanitárias do estado do Paraná e de Curitiba investigam casos de contaminação de nutrição parenteral – alimentação intravenosa administrada por uma via diferente da gastrointestinal – em hospitais de Curitiba, interior do estado, Santa Catarina e São Paulo. Pelo menos 80 pacientes tiveram contato com essa alimentação, que é produzida por uma empresa de Curitiba sob demanda médica.

Segundo informações fornecidas na manhã desta terça-feira (19), em entrevista coletiva, no Paraná, seis pacientes que tiveram contato com essa nutrição morreram, mas ainda não é possível afirmar que esse composto foi determinante na morte.

De acordo com o diretor do Centro de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Luiz Armando Erthal, a empresa Nutro Soluções Nutritivas notificou a vigilância sanitária do município na última quinta-feira (14) sobre uma possível contaminação. Dois hospitais da capital – Hospital de Clínicas e Hospital Pequeno Príncipe – teriam comunicado a empresa sobre alterações nos quadros de pacientes que recebiam o produto.

A partir daí, a vigilância sanitária determinou a suspensão da fabricação e distribuição das nutrições, bem como o recolhimento do que já havia sido entregue para hospitais. A empresa foi interditada cautelarmente, para facilitar a investigação. A vigilância sanitária do estado foi notificada, porque o alimento era distribuído para o interior. Na sequência, os órgãos de fiscalização dos estados de São Paulo e Santa Catarina, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também foram informados da possível contaminação.

Em Curitiba, 45 pacientes tiveram contato com esse alimento. De acordo com Moacir Pires Ramos, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, 15 desses pacientes apresentaram intercorrências, como febre e piora geral do quadro, sendo que três delas morreram. No restante do Paraná, foram os 30 pacientes que tiveram contato com esse tipo de nutrição e ocorreram três mortes: duas em Campo Largo e uma em Francisco Beltrão.

"Todos esses casos eram graves, mas ainda não é possível fazer uma correlação imediata entre as mortes e a nutrição contaminada", diz Ramos. Ele explica que o próprio controle de qualidade da empresa encontrou uma bactéria que está sendo investigada como possível causa do agravamento dos casos desses pacientes. Trata-se de uma bactéria conhecida como Pantoea agglomerans, que normalmente vive no intestino de pessoas e animais, mas é perigosa quando cai na corrente sanguínea.

Agora, as investigações se concentram nas possíveis causas da contaminação. Estão sendo analisadas amostras das nutrições, matérias-primas, água e processos de limpeza da empresa. Amostras foram enviadas para o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen) e para o laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Outro lado

Cristina Martins, uma das diretoras Nutro Soluções Nutritivas, disse que a produção permanecerá interditada até que seja descoberta a fonte de contaminação. Ela relata que uma bactéria semelhante às que são encontradas em alguns restaurantes, que costumam causar diarreia. "Estamos investigando onde pode ter crescimento de bactéria. Desde domingo (17) estamos mandando para o laboratório amostras de cada coisa no laboratório e eles entregam resultado em 14 dias. Vamos esperar que tenha um lugar que venha resultado positivo porque enquanto não soubermos onde está o problema, por segurança, não podemos reiniciar as atividades."

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