A mesma operação policial que trouxe mais segurança aos moradores da Vila Torres, em Curitiba, também pode ser um dos motivos para o aumento da criminalidade num bairro vizinho, o Rebouças. "Depois que aconteceu a operação, os assaltos a estabelecimentos comerciais, que eram mensais, passaram a ser semanais. Crianças e adolescentes estão armados e mais violentos", diz Sumaia Andraus, dona de uma farmácia assaltada na última segunda-feira.

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Revoltados com a falta de segurança, comerciantes e moradores realizaram um manifesto, ontem. O movimento contou com a participação de cerca de 50 pessoas e teve como resultado a elaboração de um documento com as reivindicações da comunidade, que será encaminhado à Secretaria de Segurança do Paraná. "O número de presentes superou as expectativas", comemora o presidente do Conselho Comunitário de Segurança do bairro, Augusto Nicolau Ratusznei.

Aumento do policiamento com a implantação do Projeto Povo no Rebouças, rondas freqüentes e instalação de um módulo policial na região são os principais pedidos dos manifestantes. Outra proposta é que o canteiro localizado entre as ruas João Negrão e Conselheiro Laurindo seja cortado por pequenas vias, o que facilitaria a perseguição aos assaltantes. "Eles roubam as lojas e fogem de bicicleta pelo gramado. É preciso fazer um contorno enorme para segui-los", relata Janete Fius Coelho, que fechará seu posto de combustível no fim deste mês por causa da falta de segurança.

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De acordo com os comerciantes do Rebouças, a maioria dos crimes na região é praticada por uma única quadrilha. Quando começa a anoitecer, três ou quatro homens chegam de bicicleta, aos gritos e armados. Rendem funcionários e clientes e levam todo o dinheiro de caixas. "Sempre tem um menor entre os assaltantes. Eles fazem isso porque sabem que logo estão soltos", conta o empresário José Lorena Pinto. As alternativas encontradas pelos lojistas foram fechar os estabelecimentos uma hora antes e contratar serviços de segurança. "Perdemos clientes que costumavam vir à noite", acrescenta José.

A última ação dos bandidos aconteceu na madrugada de ontem, num oficina mecânica. "Eles entraram pelo teto dos fundos, arrombaram todos os veículos que estavam no pátio e levaram o toca-CDs de seis. Temos de arcar com os prejuízos", lamenta, Claudinei Joaquim, proprietário da oficina.