O relatório anual da ONG de direitos humanos Human Rights Watch, publicado ontem caracteriza a violência policial como um problema crônico no Brasil. A ONG também qualifica as condições dos presídios brasileiros como desumanos, critica práticas de trabalho forçado e denuncia casos de violência rural.
Segundo a ONG, moradores de áreas urbanas são vítimas tanto do crime organizado quanto do abuso de forças de segurança. A Human Rights Watch estima no relatório que 50 mil pessoas são vítimas de homicídio no país.
A ONG aponta o Rio de Janeiro como um dos principais focos da violência, devido ao tráfico de drogas e à ação das milícias. O relatório diz que, entre janeiro e junho do ano passado, 757 pessoas foram mortas pela polícia carioca, uma média de quatro por dia.
A Human Rights Watch também critica no relatório as condições das prisões brasileiros. Citando o relatório final da CPI do Sistema Carcerário, a ONG diz que tortura contra presos foi registrada em Rondônia, Piauí, Mato Grosso, Ceará, Maranhão, e Goiás.
Segundo a Agência Brasil, o estudo cita o aumento de mais de 40% na população carcerária nos últimos cinco anos e casos como o de uma menor de 15 anos, que ficou presa na mesma cela com homens em Abaetetuba (PA).
De acordo com a ONG, povos indígenas e trabalhadores sem-terra têm enfrentado ameaças como resultado do conflito por terra. A organização cita no relatório um levantamento da Comissão Pastoral da Terra, segundo o qual 28 pessoas foram mortas em conflitos rurais em 2007.
Segundo a Agência Brasil, um desafio importante, citado pelo relatório, é a garantia de punição para violações de direitos humanos. Entre os casos citados está o do acusado de ser responsável pela morte da missionária Dorothy Stang, em 2005. "O Brasil nunca processou os responsáveis por atrocidades cometidas durante o período da ditadura militar", acrescenta o documento.
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