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Violência tira mais anos de vida dos brasileiros do que doenças

Os acidentes de trânsito ocupam a 4ª posição entre os inimigos da longevidade no país | Roberto Dziura Jr/ Arquivo
Os acidentes de trânsito ocupam a 4ª posição entre os inimigos da longevidade no país (Foto: Roberto Dziura Jr/ Arquivo)

O principal motivo que leva pessoas a perderem anos de vida no Brasil são os homicídios. Segundo a pesquisa Global Burden of Disease (GBD) – Carga Global de Doença, em português – a violência limita mais a longevidade dos brasileiros do que enfartes, derrames ou qualquer tipo de câncer. Na maioria dos outros países incluídos na pesquisa, problemas no coração são a principal causa.

O estudo foi publicado na revista inglesa The Lancet e conta com a participação de 486 cientistas de 302 instituições em 50 países. Entre as responsáveis pelo levantamento de dados estão a Universidade de Harvard, o Imperial College, de Londres, e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os resultados mostram que as doenças infecciosas, enfermidades relacionadas à mortalidade infantil e a desnutrição causam agora menos mortes no mundo do que há 20 anos. No entanto, a América Central e a região chamada no estudo de América Tropical, que compreende Brasil e Paraguai, são as únicas a registrar fatores externos, e não doenças, como principal causa para a perda de anos que se poderia viver, tendo como referência a expectativa de vida de cada país.

Na região chamada de Europa Ocidental, que inclui países como Inglaterra, França e Espanha, as mortes violentas são a 50ª causa limitadora de longevidade. Mesmo entre outros vizinhos sul-americanos os homicídios não estão entre os dez fatores mais relevantes. Na região chamada pelo estudo de América Latina do Sul, que envolve Argentina, Chile e Uruguai, os assassinatos ocupam a 12ª colocação.

Outro fator não vinculado a doenças que diminui o tempo de vida da população brasileira e paraguaia, assim como dos cidadãos da América Latina do Sul, são as lesões causadas por acidentes de trânsito, que aparecem na quarta posição.

Guerra

Segundo o doutor em Demografia e pesquisador José Eustáquio Diniz Alves, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o peso das mortes por causas externas no Brasil fica mais claro quando se compara o número com a quantidade de óbitos em conflitos bélicos, como a Guerra do Vietnã (1961-1975). "Lá morreram 46 mil soldados americanos. No Brasil morrem mais homens por causas externas do que isso. Temos cerca de duas guerras do Vietnã por ano", alerta.

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