A chuva forte que caiu em São Paulo ontem à tarde antecipou o fim da 10ª Virada Cultural. A principal atração internacional desta edição, Martha Reeves & The Vandellas, teve sua apresentação cancelada por razões de segurança. A cantora de soul, expoente da Motow, não se apresentou porque a lona de proteção traseira do palco se rompeu e a água inundou o equipamento, levando a risco de choques elétricos.
Sem equipamentos por causa da chuva, a cantora Céu também cancelou o show em que cantaria o álbum "Catch a Fire", clássico de Bob Marley. No palco Luz, uma capa de chuva podia ser comprada por R$ 50. Na Viradinha, que aconteceria na Praça Roosevelt com atrações para o público infantil, a apresentação do Patu Fu foi cancelada.
A feira de comida de rua "O Mercado", que estreou na Virada Cultural neste ano, também acabou mais cedo. O vento forte levou cobertura de duas barracas pelos ares e alguns chefs interromperam as vendas. Pouco depois de a chuva começar, a energia elétrica foi desligada por segurança, o que impediu outras barracas de continuarem operando.
Não foi apenas o mau tempo que atrapalhou: a falta de segurança afugentou o público dos shows. O forte esquema armado pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana diminuiu a frequência, mas não impediu os arrastões, sobretudo durante a madrugada. Pelo menos 51 pessoas foram detidas. A banda de rap Pollo, agendada para as 4h da madrugada de ontem, também cancelou sua apresentação porque não havia segurança no palco 25 de Março.
Os arrastões geralmente ocorriam em grupos de 15 a 20 pessoas, que roubavam celulares, principalmente. Brigas entre participantes da Virada também foram registradas. Até o meio-dia de ontem, 59 pessoas deram entrada na Santa Casa de Misericórdia, proveniente de áreas da Virada, incluindo pessoas com ferimentos por armas de fogo e brancas.