São Paulo A defesa de Suzane von Richthofen vai pedir a absolvição da garota e usar a perda da virgindade dela com seu primeiro amor para dizer aos jurados que ela foi induzida pelo então namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, a participar do assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 31 de outubro de 2002. "A Suzane era uma pessoa dominada pelo namorado, era um capacho, um cachorrinho, e estava apaixonada. O Daniel foi seu primeiro amor", diz o novo advogado dela, Mauro Otávio Nacif, de 61 anos, que comandará a equipe de defensores no julgamento em lugar de Mário de Oliveira Filho. Ele assumiu o caso na terça-feira, mas alega já estar preparado.
Nacif afirma que, na defesa de sua cliente, vai alegar coação moral irresistível e não exigibilidade de conduta. "Isso significa que a Suzane foi coagida pelo namorado, que planejou o crime. Ela perdeu a virgindade com o Daniel, aos 15 anos, descobriu o sexo, foi viciada por ele em maconha e estava completamente envolvida. Até dinheiro dava a ele, achando tudo maravilhoso", diz.
O advogado reconhece que será difícil convencer os jurados com sua tese, mas garante ter provas testemunhais.
Acusação
A Promotoria vai defender perante os jurados a tese de que Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, pessoas capazes, independentes e conscientes de seus atos, idealizaram, planejaram e mataram o casal Marísia e Manfred para ficar com os bens da família. O duplo homicídio foi triplamente qualificado. Isso significa que, para a acusação, o crime foi praticado por motivo torpe (ficar com o patrimônio do casal), os réus utilizaram recurso que impossibilitou a defesa das vítimas (elas estavam dormindo) e a morte foi por meio cruel (a pauladas).
Outras duas acusações que pesam sobre os réus são fraude processual (pela alteração da cena do crime para forjar latrocínio) e furto de jóias (só Cristian responde por esse crime).