Depois de uma semana de análises, técnicos do Laboratório Central da Bahia (Lacen) concluíram que a causa do mal-estar digestivo que acometeu mais de 350 pessoas que participavam de um cruzeiro a bordo do navio MSC Sinfonia pelo Nordeste, na semana passada, foi norovírus. Segundo a coordenadora estadual da Vigilância Epidemiológica das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, Maria Elisa Paula de Oliveira, responsável pelos exames, a conclusão foi baseada em análises de duas amostras de fezes coletadas por mulheres que tiveram os sintomas de diarreia, vômito e dores abdominais a bordo.
Maria Elisa disse que a infecção pelo norovírus se dá, sobretudo, pelo ar. "Em geral, ele se espalha em áreas fechadas ou pouco ventiladas, com aglomeração de pessoas, como os navios", informou. "Os sintomas causados pelo vírus são diarreia por até 72 horas, às vezes vômito e dores abdominais e, raramente, febre baixa, tudo compatível com os relatos das pessoas que adoeceram no navio."
De acordo com Maria Elisa, a análise da água deu negativo para todos os vírus e bactérias. Nas análises de alimentos, foram encontrados traços da bactéria Escherichia coli (conhecida como E.coli) em amostras de carne crua. A bactéria, naturalmente presente no intestino humano, quando em contato com a corrente sanguínea pode causar uma série de complicações à saúde, levando até a morte. "Por outro lado, é uma bactéria que não resiste ao calor", diz a coordenadora. "Basta começar a cozinhar o alimento que ela morre."
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