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Uma vistoria realizada nesta quarta-feira (5), na carceragem da delegacia de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, constatou uma epidemia de sarna entre os presos da unidade. Segundo membros do Conselho da Comunidade na Execução Penal e da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo menos a metade dos detentos apresentava indícios de estarem com a doença em estágio avançado. A superlotação, a insalubridade e o calor no interior do cárcere também chamaram a atenção dos advogados.

"Os presos estavam com sarna, principalmente embaixo dos braços e nas costas. Mas alguns tinham [a doença] até na cabeça. Muitos já estavam com bolsas de pus. Desumano é pouco para descrever o que vimos", disse a advogada Isabel Kügler Mendes, da comissão da OAB. O advogado Roberto Rolim de Moura também participou da inspeção.

A cadeia conta com quatro celas, com capacidade total para 16 presos. Segundo as comissões, no entanto, 97 homens estão detidos no distrito. Destes, 23 já foram condenados pela Justiça, ou seja, deveriam ter sido removidos para um presídio. Além da superlotação, os advogados apontaram que as alas onde os detentos permanecem são fechadas, com apenas uma janela minúscula. "O calor que se sente lá dentro é indescritível. Passa facilmente de 50 graus", disse Isabel.

Segundo os advogados das comissões, durante a vistoria, os presos encheram um saco plástico com baratas vivas para comprovar a insalubridade do local. "Pegavam as baratas com as próprias mãos", contou Isabel.

A epidemia de sarna e a superlotação foram comunicados ao Departamento Penitenciário (Depen) e à Divisão Metropolitana, da Polícia Civil. Segundo as comissões, o Depen se comprometeu a transferir os 23 presos condenados até a sexta-feira (7). Um médico também deve ser enviado à delegacia, para examinar os presos e prestar atendimento. Outras medidas devem ser anunciadas até o início da próxima semana.

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