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Operação frustrada

Vítima acusa polícia gaúcha de matar amigo

Para o empresário que foi do Paraná ao Rio do Grande do Sul comprar uma máquina agrícola e acabou sendo sequestrado, a morte do amigo e companheiro de viagem foi consequência de uma ação policial mal-planejada. "Não precisava ter acontecido isso", lamenta Osmar José Finkler, em entrevista à Gazeta do Povo. Ele relata que o tiro que matou o agricultor Lírio Persch partiu da polícia gaúcha e que ambos os sequestrados estavam dentro do carro a caminho da libertação.

Dono de uma transportadora em Quatro Pontes, no Oeste do Paraná, Finkler saiu de casa na segunda-feira com destino a Gravataí (RS). Havia visto um anúncio de uma colheitadeira em um site de máquinas agrícolas e decidiu que a oferta valia a viagem. A polícia acredita que o empresário caiu no chamado golpe do chute – quando um produto abaixo do preço de mercado é oferecido para atrair um comprador com dinheiro no bolso.

Finkler convidou a esposa para acompanhá-lo na viagem, mas por causa dos preparativos para a festa de Natal, ela preferiu não ir. Ele então chamou o amigo Lírio Persch. "A gente se conhece há muito tempo. Sempre jogávamos baralho juntos", conta Finkler. Na manhã de terça-feira, os dois paranaenses foram rendidos por três homens armados de revólver quando chegaram ao ponto de encontro combinado com os vendedores – o pátio de um posto de combustível. Finkler ligou para a família e pediu dinheiro para o resgate.

O empresário afirma que não tinha TV ou rádio no cativeiro, mas acredita que os criminosos ficaram sabendo da morte de um policial gaúcho por agentes paranaenses e decidiram acelerar as negociações. Além disso, ele reconheceu que o resgate já havia sido pago. A polícia informou que o valor era de R$ 60 mil e Finkler confirmou.

O empresário conta também que os cinco sequestradores não eram "agressivos", serviram água e comida, mas "ficavam ameaçando o tempo todo com as armas". "O Lírio estava tranquilo porque não era nada com ele", comenta. Mas o clima ficou tenso justamente no momento que deveria ser de maior alegria. "Nós estávamos dentro do carro para sermos libertados. Nos deram as chaves da caminhonete, devolveram nossos documentos". Finkler conta que a polícia chegou atirando. "Acho que faltou jeito e que foi tudo meio apressado", diz. Finkler deve voltar hoje ao Paraná. Ele continua no Rio Grande do Sul auxiliando na liberação do corpo de Lírio Persch.

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