A estudante que foi baleada e violentada no Morro do Boi, em Caiobá, no dia 31 de janeiro, confirmou à polícia que a camiseta encontrada próximo do local do crime pertencia ao homem que a atacou. Na sexta-feira (6), uma equipe de policiais e psicólogos esteve com a vítima para coletar informações sobre o criminoso. A intenção era fazer um retrato falado do acusado. A jovem permanece internada no Hospital Vita em Curitiba.
"Não terminamos o retrato, porque ela se emocionou bastante e não teve condições psicológicas de continuar. O retrato falado é uma peça importantíssima da investigação e precisa ser feito da melhor maneira possível. Precisamos respeitar o estado psicológico da vítima, porque isso será essencial para que o retrato seja o mais fiel possível", explicou o delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, coordenador das investigações, à Agência Estadual de Notícias.
A equipe que visitou a jovem era composta por um técnico do Instituto de Criminalística e um psicólogo do hospital, além dos policiais que investigam o crime. "Vamos aguardar a liberação da psicóloga do hospital para finalizarmos o retrato. Acreditamos que até sexta-feira (13) esteja pronto", disse o delegado.
Os policiais aguardam resultado do exame de DNA, a partir da camiseta encontrada no morro, para confirmar se realmente ela foi usada pelo criminoso no momento do crime. Além disso, a polícia analisa as imagens das câmeras de segurança dos prédios próximos ao local do crime para tentar identificar o criminoso.
Estado de saúde
Na sexta-feira (6), a equipe que atende a jovem no Hospital Vita concedeu uma entrevista coletiva. De acordo com os médicos, a estudante de 23 anos está sem o movimento das pernas. O diagnostico ainda não é definitivo e dependia de novos exames.
O estado de saúde da jovem melhorou. Ela já respira sem ajuda de aparelhos e não tem nenhum quadro de infecção. A estudante está lúcida e já recebeu a visita do pai.
Segundo a junta médica, a estudante foi atingida por apenas um projétil. Outro disparo feito pelo criminoso teria atingido uma pedra, mas não acertou a estudante. O tiro que a jovem levou nas costas atingiu a medula espinhal. Houve rompimento dos nervos e uma lesão secundária pela temperatura elevada do projétil.
Passeata
Um grupo de aproximadamente 350 pessoas fez uma homenagem ao estudante Osíris Del Corso, no domingo (8), em Curitiba. O grupo reuniu-se na Praça Santos Andrade, nas escadarias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), às 10 horas. Houve discursos emocionados dos pais do rapaz e da garota, que também foi baleada.
Após a concentração na praça, os manifestantes, com faixas e camisetas brancas estampadas com a foto de Osíris e a namorada, caminharam até o Largo da Ordem. Pelo caminho, eles entregavam rosas brancas aos pedestres. Entre os manifestantes estavam colegas do Rotaract, grupo de jovens do Rotary Clube, do qual o casal fazia parte. Um grupo de capoeira também esteve presente, já que a garota é praticante deste esporte.
Tragédia
O crime aconteceu na tarde do dia 31 de janeiro, quando o casal estava em uma trilha no Morro do Boi e tentava chegar à Praia dos Amores. No caminho, os dois foram atacados. A moça contou aos bombeiros que, chegando à gruta da praia, por volta das 17h30, o agressor tentou abusar sexualmente dela.
Na tentativa de defendê-la, o namorado levou um tiro no peito e morreu. A moça foi atingida por um tiro nas costas e ficou caída no local, enquanto o agressor fugiu. Perto das 21 horas, segundo relatos da própria vítima aos bombeiros que a resgataram, o agressor voltou até o local do crime e a violentou. Os dois só foram localizados na tarde de domingo (1º). A jovem esperou por 18 horas na mata até ser resgatada.
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