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SEGURANÇA

Vítima reclama de atendimento policial

Golpes pelo telefone se tornaram uma constante. Na noite da última terça-feira, a artesã Rosilda Milleck quase se tornou mais uma vítima. Ao receber ligação de um homem dizendo ser funcionário da Brasil Telecom, informando que ela havia ganho vários prêmios e que para recebê-los teria que comprar dez créditos de celulares, percebeu o golpe, pegou o número do telefone do golpista e avisou a polícia. O problema é que em nenhum dos quatro números de denúncias ofertados pela corporação Rosilda conseguiu dar queixa. "Não quiseram nem saber o número do farsante", conta ela.

Indignada, a artesã resolveu ligar novamente, na manhã seguinte para o 190 (Central de Atendimento da Polícia Militar). "Contei o acontecido e me mandaram ligar para o 197 (Central de Atendimento da Polícia Civil). Liguei e me mandaram ligar para 181 (Narcodenúncia). Lá, me mandaram ligara para o 0800-6437090 (Disque-denúncia da PM). Liguei e me mandaram ir até a delegacia mais próxima de minha casa", relata. "É um absurdo isso. Quer dizer que só iriam me atender se eu tivesse caído no golpe?"

A reportagem da Gazeta do Povo ligou para o número deixado pelo golpista e confirmou a tentativa de extorsão. Do outro lado da linha, um homem afirmava ser o gerente de promoções da operadora e confirmou, mesmo sem pedir nome completo, os prêmios ganhos. Um jogo de cozinha, diversos aparelhos de telefone fixo e celular, aparelhos de TV e DVD, um cheque de R$ 5 mil e ainda a participação em sorteio de uma casa no valor de R$ 150 mil. "Para ganhar, a senhora só precisa nos repassar o código de dez cartões de crédito para celulares e mais três códigos de qualquer produto da Nestlé. Mas isso tem que ser feito em, no máximo, uma hora", dizia a voz do outro lado. Ao confirmar que a compra seria efetuada, o homem pediu para deixar o telefone fora do gancho. Quando indagado em qual cidade estava, disse ser Florianópolis, Santa Catarina. Detalhe, o código de área da capital catarinense é 48 e o número discado tinha o prefixo 85, de Fortaleza, no Ceará.

O coordenador do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), Benedito Facini, informa que é procedimento padrão dos atendentes encaminhar esse tipo de denúncia à delegacia mais próxima. "Para que a queixa seja registrada e as investigações sejam iniciadas, a pessoa precisa ir até uma delegacia da Polícia Civil", afirma. Segundo ele, somente em casos que envolvem risco de vida, como seqüestros, é possível o aviso pelo telefone e o deslocamento imediato de uma viatura até o local.

"Para que servem esses telefones então? Só para quando alguém está morrendo? Quando tentamos exercer nosso papel de cidadão, alertando para que outras pessoas não sejam lesadas, não temos essa chance", reclama a artesã.

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