As cerca de 250 famílias de subdistritos de Mariana (a 124 km de Belo Horizonte) que tiveram as casas atingidas pela lama do rompimento de barragens, em 5 de novembro, vão receber da mineradora Samarco um salário mínimo e 20% do valor por dependente, além de cesta básica, como ajuda temporária. O valor não tem relação com indenizações que ainda serão pagas.
O montante, porém, já é considerado insuficiente pelo Ministério Público Estadual para o perfil de algumas famílias. Nestes casos, o órgão estuda propor um aumento do subsídio - de 30% ou 40% por dependente (menores de idade e idosos).
O auxílio terá de ser custeado pela mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, responsável pelas barragens que se romperam. Sete mortos foram identificados e há 12 desaparecidos - quatro corpos aguardam reconhecimento.
O pagamento de salário e cesta básica atende a uma requisição do Ministério Público. Segundo o promotor Guilherme de Sá Meneghin, os valores foram definidos pela Samarco, mas, assim que começarem a ser pagos, técnicos da Promotoria vão avaliar com as vítimas se o recurso é adequado para o padrão de vida das famílias antes da tragédia.
Em vez de questionar o valor, disse o promotor, a opção foi garantir que os pagamentos começassem a ser feitos de imediato, o que vai ocorrer no início de dezembro, para então ser ajustado às necessidades das famílias.
“Mas isso não é a indenização, não é a reparação final. É apenas uma medida assistencial até que venha uma solução definitiva da reconstrução das comunidades e da indenização das famílias”, disse Meneghin.
Vale diz que laudo descarta querosene em água enviada a Governador Valadares
A Vale informou, em nota, que exames laboratoriais feitos na água retirada dos vagões utilizados para seu transporte até Governador Valadares (MG), não indicaram a presença de contaminação por qualquer tipo de combustível, incluindo querosene. Os exames foram feitos a pedido da Vale pelo Laboratório Mérieux NutriSciencies.
Desde a semana passada, a Vale tem dito que coletou a água no local indicado pela Copasa, na cidade maneira de Ipatinga, e a transportou em vagões-tanque usados para combates a incêndios florestais. “Estes vagões transportam somente água há quatro anos e nunca transportaram querosene. A Vale entregou a água em Governador Valadares, em local acordado com a prefeitura”, diz em comunicado.
No último dia 14, a prefeitura de Governador Valadares, no leste de Minas, acusou a Vale de entregar água com alto teor de querosene em uma das primeiras viagens dos vagões-tanque cedidos pela empresa para abastecimento da população.
A Vale diz ainda que contribuirá, enquanto for necessário, com o transporte de água em apoio aos órgãos públicos competentes, que estão responsáveis pela distribuição do material nos municípios afetados. “A empresa também está prestando apoio à prefeitura de Governador Valadares e à Samarco com a liberação de área de sua faixa de domínio para a construção de uma nova adutora que vai levar água à comunidade. A Vale reitera seu compromisso de dar todo o suporte necessário à Samarco e as comunidades para mitigar as consequências dos eventos ocorridos em Mariana no último dia 5”.
A presidente Dilma Rousseff também quer que a mineradora pague uma “bolsa” para comunidades ribeirinhas ao longo de mais de 500 km do rio Doce. Nesse caso, o pagamento da “bolsa” seria para indenizar as perdas de comunidades ribeirinhas do mais importante rio da região.
Ainda nesta terça a mineradora Samarco admitiu que mais barragens correm o risco de romper em Mariana (MG), o que poderia aumentar ainda mais os danos causados na região.
Aluguel
Das 250 famílias que tiveram de deixar suas casas, apenas duas foram acomodadas em casas alugadas com mobília até o momento, segundo a Promotoria.
As demais seguem em hotéis e casas de parentes. Técnicos da prefeitura e da Samarco definirão quais famílias devem ser atendidas primeiro.
A reportagem procurou a Samarco para falar sobre o valor do subsídio e o processo de aluguel de casas, mas não houve resposta até as 18h30.
Saudade
Nesta terça-feira (17), moradores do subdistrito de Paracatu de Baixo, um dos afetados pela lama de rejeitos de minério, reuniram-se com o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), e a Promotoria para discutir o futuro do vilarejo.
A maior parte dos moradores fez um apelo para que possam reconstruir suas casas no mesmo local. A fala dos moradores de Paracatu destoou da maioria dos antigos moradores de Bento Rodrigues, o subdistrito mais atingido pela lama e que foi praticamente todo soterrado.
No sábado (14), cerca de 400 ex-moradores de Bento também se reuniram com o prefeito e o Ministério Público para falar sobre os anseios sobre o futuro da comunidade. A maioria reconheceu já não ser mais possível voltar ao vilarejo soterrado.
A reunião foi marcada pela alegria do reencontro, já que muitos moradores de Bento estavam espalhados em hotéis da cidade e se reviam pela primeira vez desde a tragédia.
Mas logo a alegria cedeu espaço à nostalgia dos moradores, que se lembraram de como era o distrito. Moradores também choraram pela perda de vizinhos. A mãe de Emanuelly Vitória Fernandes, de 5 anos, uma das vítimas, foi a que mais se emocionou - além da filha, Pamela, que estava grávida, perdeu o bebê ao tentar escapar da lama.
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