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Vítimas de vazamento ainda aguardam novo lar

A moradora Lúcia da Silva: novo local não tem asfalto | Oswaldo Eustaquio
A moradora Lúcia da Silva: novo local não tem asfalto (Foto: Oswaldo Eustaquio)

Os moradores da Vila Becker, em Paranaguá, prometem fazer hoje uma manifestação em frente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). O objetivo é mostrar que, três anos após o vazamento de etanol do Terminal Público de Álcool do Porto, eles ainda não têm um novo lugar para morar. Vivem em uma ocupação irregular cercada de empresas portuárias e por tanques de armazenamento de combustível, dividindo espaço com ratos e baratas e, em algumas situações, até mesmo com cobras.

Esta é a situação de 400 famílias que vivem à margem da riqueza do Porto de Paranaguá. "Estamos abandonados pelo poder público. Nossas crianças sofrem com doenças respiratórias e os governantes não dão bola. Às vezes algumas empresas doam cestas básicas, que dividimos entre as famílias. Nossa gente recebe migalhas", lamenta Maria Cristina Damaceno , vice-presidente da Associação dos Moradores da vila. Os problemas respiratórios são comuns porque os moradores convivem com o pó químico que sai periodicamente das chaminés de uma empresa de fertilizantes localizada ao lado da comunidade.

Três anos, 29 casas

Um convênio firmado entre a Appa e a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) prevê a construção de 400 casas. Para realização das obras, a Appa repassou R$ 22 milhões à Cohapar no fim de 2010. Até agora, 29 casas foram construídas. O processo licitatório para construção de mais 173 casas está aberto e as obras devem começar em setembro. De acordo com o presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, o município é o responsável pela demora na entrega. "Havia problemas de infraestrutura no terreno. Fizemos adequações para realocar as famílias e ainda temos de esperar acertos na documentação. Mas até o início de 2013 pretendemos construir todas as moradias", disse.

Em função da demora da entrega das residências, os moradores decidiram lutar novamente pela indenização, da qual haviam aberto mão anteriormente. A moradora Eliana Jacinto disse que a maioria dos moradores não quer mais as casas. "Só saímos com a indenização", disse. A Appa foi consultada sobre as indenizações, porém preferiu não se manifestar em relação ao assunto.

Segundo a moradora Lúcia da Silva, o novo local não tem infraestrutura adequada para receber a população da Vila Becker:. Ela diz que as novas casas não têm nem asfalto nem luz elétrica. "Não vou trocar meu terreno grande por uma casa pequena e longe de tudo", diz. As casas estão sendo erguidas em uma área próxima às margens da PR-407, estrada que liga Paranaguá ao Litoral.

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