Vítimas pagam “resgates”

Seis dias depois de ter o carro furtado no centro de Foz do Iguaçu, o cobrador de ônibus Lino Gonçalves, 51 anos, conseguiu recuperar o veículo, um Gol ano 98, em Ciudad Del Este, Paraguai, na fronteira com o Brasil. Mas para isso precisou pagar 8 milhões de guaranis – moeda paraguaia – ou seja, R$ 3.250,00, aos receptadores; ou, como ele mesmo diz, "comprar o mesmo carro de novo".

Gonçalves decidiu fazer o papel de polícia porque percebeu que não teria o veículo de volta de outra forma. O carro foi roubado no dia 15 de fevereiro às 17 horas e, como a polícia não conseguiu recuperar em seguida, o cobrador calculou que os ladrões já tinham cruzado a Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad Del Este. Assim, dificilmente conseguiria ter o veículo de volta sem pagar um resgate.

Para localizar o carro, que não tinha seguro, o cobrador diz ter entrado em contato com alguns conhecidos no Paraguai. Eles acionaram outras pessoas, que conseguiram negociar com os receptadores. Quando foi localizado, o Gol já tinha sido vendido, estava com placas paraguaias e pronto para ser enviado à capital Assunção, pelo mesmo valor pago pelo resgate. "O que fiz é um pouco arriscado, mas eu estava bem acompanhado no Paraguai, diz". Gonçalves havia comprado o Gol há sete anos e dependia do veículo para ir ao trabalho e coordenar o trabalho em uma igreja.