Dois jovens que estavam com Lucas Augusto de Carvalho, de 18 anos, que teria sido assassinado por um grupo de skinheads, reconheceram sete integrantes da facção em imagens gravadas por uma das câmeras de segurança do Shopping Muller. Carvalho foi esfaqueado no início da noite do último domingo, no bairro São Francisco, em Curitiba, próximo ao shopping e morreu no hospital. Com a divulgação das imagens, a polícia espera prender os autores do crime.As filmagens mostram que os supostos skinheads se reuniram em uma das entradas do shopping às 19h10. Os suspeitos de integrarem o grupo têm cabeças raspadas e tatuagens, e trajavam roupas pretas. O rapaz apontado como o líder do grupo usa óculos e alargadores de lóbulos nas orelhas e tem uma tatuagem no pescoço.
Além de fazer o reconhecimento das imagens, um dos jovens que foi perseguido pelos skinheads esteve na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) responsável pelas investigações e contou como o crime aconteceu. Segundo ele, por volta das 19h15, assim que saíram do shopping, ele e cinco amigos foram seguidos por mais de dez pessoas (entre os quais, os sete homens que aparecem nas filmagens).
Os jovens foram seguidos por quatro quadras até a Rua Inácio Lustosa, quando se separaram. Carvalho e um outro amigo fugiram em direção ao Cemitério Municipal, onde cada um foi para um lado. Os perseguidores alcançaram Carvalho, que foi atingido por cinco facadas quatro no abdome e uma na perna. Os agressores fugiram, levando a carteira e o celular da vítima.
O outro rapaz conseguiu se esconder em uma funerária, de onde telefonou para os amigos. Eles se reencontraram e localizaram Carvalho caído e ferido. "Ele ainda estava consciente e dizia: me cataram, me cataram. Infelizmente, depois disso, não o vi mais com vida", lamenta o jovem de 16 anos.
A mãe de Carvalho, Eliane Goreti da Silva, de 42 anos, também foi à DFR e se emocionou ao ver as imagens dos homens acusados de matar seu filho. "Eu senti muita raiva quando vi o vídeo. Nada vai trazer o Lucas de volta, mas eu quero ver os culpados atrás das grades", disse.
Investigações
Para a polícia, a ação descrita pelas vítimas e a caracterização dos agressores são compatíveis com o de grupos skinheads. Com o reconhecimento do grupo e com a divulgação das imagens, a polícia espera prender os acusados pelo ataque em breve. Para isso, a DFR conta com informações que podem ser repassadas anonimamente pelos telefones 3216-6100 e 181. "Basta um nome. A partir disso, chegaremos a todos os integrantes desta facção", disse o delegado Vinícius Martins. "Pelas roupas, vemos que são pessoas com um certo poder aquisitivo. E como chamam a atenção pela aparência, esperamos receber denúncias muito em breve", completou.
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