Em maio deste ano, um planeta coberto de maconha foi descoberto pela agência espacial norte-americana, a Nasa. Incrível, não? Incrível, só que é mentira. Ainda assim, sites e redes sociais no Brasil divulgaram a informação, inicialmente publicada em inglês. Verdades científicas: a internet está cheia delas. Das picaretas às revolucionárias. Como saber qual é qual?
Dicas
Algumas dicas ajudam a ler trabalhos científicos de maneira mais crítica:
Fonte
Confira se o site é confiável e/ou faz referência ao conteúdo original. Confira se a data de publicação é recente.
Alarmista
Desconfie de notícias muito chocantes. Muitas vezes o próprio texto desmente um título alarmista.
Estágio
Qual o estágio da pesquisa? É apenas um estudo inicial que indica uma nova possibilidade para a ciência? Ou conclui um trabalho de décadas? Se o estudo é “único” em sua área, pode ser um mau sinal (de que nenhuma outra pesquisa comprovou o mesmo).
Tons de cinza
Lembre que há muitos tons de cinza na ciência. Um alimento que faz bem também pode fazer mal à saúde, e ambos os estudos podem estar corretos. Vale lembrar que cientistas, como todos, têm interesses. Confira outros trabalhos do mesmo pesquisador.
A dica número um é prestar atenção à fonte da informação. Se for uma imagem em alguma rede social, procure o link para a postagem original. Postagem de blog? Confira se é confiável, ou especializado naquele assunto. Mesmo se a publicação foi em um portal de notícias, vale procurar se a notícia foi publicada em outros lugares.
Tudo isso ajuda a afastar os famosos “hoax” – termo em inglês que designa estas notícias plantadas como verdade, na internet – explica o jornalista Edgard Matsuki. Ele é criador do site Boatos.org, que desmistifica boatos de todo tipo que circulam pela rede. A notícia do “planeta maconha”, por exemplo, foi desmascarada por ele.
O passo número um, portanto, é ver se a notícia é real. Em caso de verdade, vem o passo número dois, um pouco mais trabalhoso: entender a relevância e o significado daquela descoberta.
Comece pela data da publicação. “Muitas vezes a gente acessa material antigo, defasado, e como está ali [publicado na internet] acha que é atual”, explica a professora Germana Fernandes Barata, do mestrado em divulgação científica da Unicamp.
Vale checar se o pesquisador está ligado a alguma instituição de renome, se possui outros estudos na área e, em especial, se a pesquisa foi publicada em algum periódico científico. Se a descoberta chegou até aqui, significa que ela tem respaldo entre seus pares. Mas ainda não é sinônimo de verdade.
É o que argumenta o epidemiologista norte-americano John Ioannidis, em seu Why Most Published Research Findings Are False (”Por que a maioria das descobertas publicada em estudos é falsas”). Ele sustenta que muitos estudos publicados são desmentidos por outros na sequência. O que é natural, na ciência. O problema é que muitas descobertas ainda em estágio inicial são divulgadas por aí como verdades científicas.
A professora Germana dá como exemplo um imunologista da Universidade de São Paulo (USP) que disse em rede nacional, no Fantástico, que a vacina com a cura da Aids sairia do papel, talvez no prazo de um ano. Isso foi nos anos 1980. “Trinta anos se passaram e ainda estamos esperando”, diz ela, que estudou o tema em seu mestrado.
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