Ainda estava escuro e muitos moradores já se aglomeravam no portão de suas casas, nos arredores da ocupação da Rua João Dembinski, tentando entender o que estava acontecendo. Pneus queimavam e impediam a passagem de veículos e a movimentação dentro do terreno era intensa.
De acordo com uma dona de casa, que preferiu não se identificar por medo de represálias, a violência no bairro cresceu muito depois da invasão. "Aqui era um lugar calmo. Só no dia da eleição duas pessoas foram mortas dentro da ocupação. Várias casas foram assaltadas, ficamos um pouco assustados", diz. As mortes a que ela se refere foram de Anderson Jeremias Fernandes, de 31 anos, e Valdecir Resende da Silva, 29, após um tiroteio dentro do terreno ocupado.
A atendente Daiane Camargo, que mora em uma casa próxima, afirma que os tiroteios eram bastante comuns durante a noite. "Toda madrugada, sem exceção, a partir das 4h30, tinha tiroteio", diz.
Os vizinhos também contam que vários comerciantes da região assumiram lotes na área, apostando em uma possível regularização que garantiria a posse definitiva. "Há muitas pessoas que precisam de sua casa própria. Mas tem muita gente daqui que invadiu só para garantir a propriedade, sem ter necessidade alguma", conta Daiane. "Por uma questão de segurança e de valorização da região, eu acho que a desocupação foi boa. Mas sentimos dó de quem não tem para onde ir", afirma.
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