A vista do Jardim Novo Portugal, bairro na periferia de Guarulhos, é atualmente a de um grande canteiro de obras: o Aeroporto de Cumbica, localizado a menos de 300 metros das casas. De um lado, corre a terraplenagem do futuro terceiro terminal de passageiros. De outro, a reforma das pistas de decolagem e taxiamento.
Discutida há pelo menos 20 anos, a remoção de 594 famílias agora tem prazo para ocorrer: um ano, até dezembro de 2012. É a data-limite negociada entre a prefeitura de Guarulhos e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Desde a época em que a construção de uma terceira pista para o aeroporto era só uma possibilidade e o terceiro terminal um plano distante, as famílias vivem entre a expectativa e o medo da retirada. Agora que as obras em Cumbica começaram de fato, a iminência de mudanças ronda o dia a dia dos moradores, toma conta da conversa entre vizinhos, vira motivo de especulações. Tudo isso enquanto se assiste à expansão do aeroporto avançando a cada dia na direção das casas.
Lá os riscos são grandes, para moradores e para o aeroporto. A falta de saneamento na região, por exemplo, é apontada como principal atrativo de urubus, um perigo na aviação - e ameaça sempre presente em Cumbica. A área onde fica o bairro já foi declarada de utilidade pública em um decreto da presidente Dilma Rousseff em junho deste ano. O governo federal afirmou que a retirada das famílias deveria ser feita "amigável ou judicialmente".
A Infraero diz que a fase agora é de negociação com o Ministério das Cidades, a Caixa Econômica Federal e a prefeitura de Guarulhos para estabelecer a questão do reassentamento das famílias que optarem por receber outro imóvel em vez de indenização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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