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Seca

Vizinhos de represa ficam sem água

Pouca água: represa do Capivari-Cachoeira está com apenas 38,4% do volume de armazenamento | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Pouca água: represa do Capivari-Cachoeira está com apenas 38,4% do volume de armazenamento (Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo)

Cerca de 250 famílias de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, estão sofrendo com a seca no reservatório da usina hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, também conhecida como Capivari-Cachoeira, localizada a 50 km da capital paranaense. Segundo informações da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o reservatório está apenas com 38,4% do volume máximo de armazenamento, que é de 179 milhões de metros cúbicos. De acordo com Jorge Luís Cor­deiro, morador do bairro da Bar­ragem, todos os dias, no fim da tar­­de, falta água. "Fizeram uma caixa d’água há alguns anos com capacidade de 25 mil litros, na Serra do Mar. Mas a população da região aumentou. E com a seca do Capivari, não tem água para na­­da", diz João Cordeiro dos Santos, presidente da Associação de Moradores do bairro da Barragem.

O secretário municipal para Assuntos de Governo de Campina Grande do Sul, Levi Camargo, explica que há alguns anos a prefeitura construiu uma caixa d’água na Serra do Mar para abastecer 50 famílias que moravam na região da Barragem. A caixa – enchida pelas águas de uma cachoeira – depende exclusivamente da vazão da represa. "Além da baixa da vazão do Capivari, a região cresceu muito nos últimos anos. Hoje são quase 250 pessoas utilizando a caixa. A caixa nunca fica vazia, mas nessa época do ano, costuma faltar água no fim do dia." Segundo o secretário, a água não é tratada nem cobrada.

A situação só deve mudar no ano que vem. Camargo revela que existe R$ 1 milhão, disponibilizado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para resolver o problema de abastecimento de água desta e de outras cinco comunidades de Campina Grande do Sul. "Os nossos técnicos estão desenvolvendo o projeto de engenharia que será encaminhado para aprovação da Fundação Nacional de Saúde, responsável pelo financiamento. No ano que vem, o mais breve possível, vamos começar as obras e resolver o problema", diz.

Até o verão

De acordo com informações do Instituto Tecnológico Simepar, o volume de chuvas registrado nos últimos meses na região foi baixo, entretanto, nada fora do normal. O mês em que menos choveu foi setembro. Foram 80 milímetros, enquanto a média do período é 130 mm. Entretanto, em outubro, a chuva voltou a cair. Foram 170 mm, enquanto a média é 150 mm.

Segundo o Simepar, a explicação para a seca pode estar na própria barragem. Os reservatórios sofrem a ação do tempo com maior velocidade. Apesar das chuvas significativas de outubro, elas não foram constantes. Seria necessário um volume grande de chuva, caindo em um curto espaço de tempo, para encher o reservatório. Para os próximos meses, a previsão não é boa. O fenômeno climático conhecido como La Niña tem como uma das características a falta de chuva. A água deve voltar a cair apenas no verão.

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