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Diferentemente do senso comum, a região metropolitana é muito menos dependente de Curitiba do que se imagina. Uma pesquisa inédita encomendada pela Gazeta do Povo à Paraná Pesquisas revela que os 16 municípios metropolitanos mais próximos da capital não são apenas cidades-dormitório, onde uma grande parte dos trabalhadores de Curitiba vai descansar no fim do dia de trabalho. A maioria dos moradores dessas cidades tem um cotidiano muito mais relacionado ao município em que vive do que à capital.

O levantamento aponta que 68,6% da população da região metropolitana que está ocupada profissionalmente trabalha nos municípios da Grande Curitiba e não na capital. A maioria dos entrevistados (74,4%) faz a maior parte de suas compras na cidade onde mora. E 69% dos moradores com mais de 16 anos que estuda assiste às aulas em instituições localizadas nesses municípios.

"A pesquisa bate com a realidade que a gente observa", diz Massilon Astarita, chefe de gabinete da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão do governo do estado responsável por articular ações de desenvolvimento integrado para os municípios metropolitanos. Segundo Astarita, o comércio local, de um modo geral, atende às necessidades mais básicas dos moradores, como a alimentação. "As pessoas procuram comprar o que precisam nas vizinhanças, até por causa da distância de Curitiba", diz ele. Obviamente, reconhece Astarita, alguns produtos mais elaborados só são encontrados nos centros maiores. Nesse caso, a população tem de se deslocar até a capital.

Oportunidade

Mas o potencial de consumo da população metropolitana tem despertado o interesse de empresários. Alguns vêem espaço para diversificar as opções comerciais nas cidades vizinhas da capital. Colombo, por exemplo, desde abril tem um shopping de perfil popular na Estrada da Ribeira, o Colombo Park Shopping, que conta com lojas, uma faculdade e uma unidade administrativa descentralizada da prefeitura local. "A população daqui tinha uma carência muito grande de compras e lazer. Eles reclamavam que tinham de ir até Curitiba", afirma o diretor do shopping, Salvatore Cinnante. "Foi isso que nos incentivou a investir."

São José dos Pinhais também deve ganhar um grande shopping, com 150 lojas e seis salas de cinema, até setembro do ano que vem. "As pesquisas que nós fizemos indicam que há potencial", diz Adriano Tozo, o gerente do empreendimento, chamado Shopping São José. De acordo com Tozo, o interesse dos lojistas em ocupar espaço no local tem sido grande – na proporção de dois interessados para cada loja disponível.

Já a fixação dos estudantes se acentuou nos últimos anos. "Houve uma proliferação de faculdades na região metropolitana. Há unidades em Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais, Campina Grande do Sul, entre outras cidades", afirma Astarita, da Comec. Além disso, diz ele, a população com mais de 16 anos hoje tem mais acesso a supletivos e a cursinhos pré-vestibular na própria região metropolitana. A educação na Grande Curitiba, aliás, é um dos serviços públicos mais bem avaliados pelos moradores. O grau de satisfação com o serviço é de 72,3%, contra 20% de insatisfação.

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