Criado no século 19, o sistema de escrita e leitura em Braille funciona com uma série de seis pontos, que se alternam para criar 64 símbolos, que equivalem às letras, números e pontuação do alfabeto ocidental. Furar os pontos determinados para cada letra cria um relevo, e a pessoa cega pode ler por meio do tato.
O método perde em rapidez e praticidade para os livros digitais. Para as escolas, é mais fácil disponibilizar livros digitais do que traduzir letra por letra para o Braille. Mas o método cumpre o papel pedagógico fundamental de alfabetização das crianças cegas.
Além disso, ler e escrever em Braille ajuda a pessoa com deficiência visual a manter a grafia das palavras em dia. “Você começa a só mexer no computador e esquece das palavras, porque não enxerga a palavra, só ouve ela inteira”, conta o ativista cego Luiz Vanderlei Rodrigues.
Hoje, pelo menos 16,5 mil alunos do país inteiro estão na fila para conseguir uma máquina de Braille, que é como uma máquina de escrever tátil. A estimativa é da Laramara, Organização Não Governamental que produz uma versão nacional da máquina ao custo de R$ 2,5 mil – menos metade do preço da versão importada. Mais de 10 mil já foram fabricadas, e 70% delas foram doadas. Mas a ONG depende de parcerias para atender as demais crianças que aguardam o maquinário.
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