Cidade de Xanxerê, no oeste catarinense, ficou destruída após a passagem de um tornado pela região| Foto: Julio Cavalheiro/Secom

Seis meses depois de um tornado devastar a cidade de Xanxerê, no oeste catarinense, ainda se vê entulho nas ruas, o ginásio continua no chão, um posto de saúde segue fechado e alunos de uma escola estadual foram transferidos para outra unidade.

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A maioria dos reparos nos imóveis foi providenciada pelos próprios moradores, com a ajuda de voluntários. Ruas dos sete bairros mais afetados continuam sem iluminação pública. As obras e a substituição de postes, lâmpadas e reatores começaram há poucos dias - a prefeitura não informa o prazo para a conclusão do trabalho.

O município alega falta de verba para a reconstrução da cidade e diz que não recebeu o montante prometido pelo governo federal após a visita da presidente Dilma Rousseff (PT), uma semana após o tornado de 20 de abril. Na ocasião, Dilma prometeu rapidez na reconstrução da cidade.

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O Ministério da Integração Nacional informa que disponibilizou R$ 4 milhões, mas que o montante não foi repassado na íntegra ao município por falta de licitações da prefeitura. Apenas uma parte (R$ 1,2 milhão) foi liberada para a reconstrução de casas. Foram entregues 36 unidades moduladas em Xanxerê e 23 em Ponte Serrada, município vizinho também afetado.

Outros R$ 3 milhões foram destinados exclusivamente à reconstrução do ginásio, mas a obra ainda não começou.

Somente uma parcela dos R$ 500 mil arrecadados em uma campanha da prefeitura foi utilizada para a compra de móveis para as casas construídas pelo governo federal.

“Usaram R$ 100 mil e o restante está parado. A demora é muito grande por parte da prefeitura. A maioria do pessoal já fez tudo sozinho. Não sei o que vai ser feito com esse dinheiro”, diz o vereador Adriano De Martini (PT).

O prefeito Ademir José Gasparini (PSD) não atendeu a reportagem. Procurada, a prefeitura não se manifestou.

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Para os moradores, os impactos materiais ou psicológicos persistem. A professora Franciele Campanharo, 30, teve a casa totalmente destruída. Agora, ela e a filha vivem em um apartamento alugado e com móveis doados. “Minha filha ainda tem medo de chuva, dos barulhos.”

A fábrica de móveis onde o marceneiro Osmar Marins, 49, trabalhava fechou por causa do tornado. “Não voltei ao trabalho porque a fábrica foi destruída e o dono faliu. Não vai abrir mais.”