O YouTube retirou do ar um vídeo publicado pela Gazeta do Povo em dezembro do ano passado sob a alegação de que o material divulgava informações incorretas a respeito do tratamento da Covid-19. O vídeo, que pode ser visto abaixo, traz uma entrevista da médica Raíssa Soares, Secretária de Saúde da cidade de Porto Seguro (BA) e defensora do chamado tratamento precoce contra a Covid-19. A remoção foi feita nesta terça-feira (4).
Ao comunicar a retirada do vídeo, a plataforma afirmou que o conteúdo “viola a política sobre informações médicas incorretas”, o que não é verdade. O assunto sobre o tratamento precoce ainda não está pacificado: existem dois grupos de pesquisas científicas, ainda não conclusivas, que desaconselham ou aprovam o uso de medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina, zinco e outros em pacientes com Covid-19.
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O comunicado prossegue: “No YouTube, não é permitido o envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou das autoridades locais de saúde sobre a COVID-19”.
Na entrevista, a médica comenta a adoção do protocolo de tratamento precoce contra o coronavírus na cidade de Porto Seguro. Raíssa, que tem duas décadas de experiência, ficou conhecida depois de aparecer em um vídeo no qual pede ao presidente Jair Bolsonaro o envio de hidroxicoloroquina para a região. Na época, empresários tinham bancado o tratamento precoce para moradores do município, o que provocou uma grande procura por pacientes de cidades vizinhas.
Na entrevista à Gazeta, Raíssa afirmou que, depois da repercussão do caso, o governo federal enviou 40 mil unidades de hidroxicloroquina à cidade. A profissional de saúde também argumentou que o tratamento precoce, usando medicamentos como a hidroxicloroquina, encontra respaldo em estudos científicos e também na sua experiência prática atendendo pacientes em Porto Seguro. Ela disse ainda fazer parte de um grupo de mais de 10.000 médicos em favor do tratamento precoce, e se queixou da falta de políticas públicas que levem em conta as evidências em favor da hidroxicloroquina e respaldem esses profissionais.
A retirada do vídeo foi contestada e o jornal aguarda o restabelecimento do conteúdo pelo YouTube. Procurada, a assessoria de imprensa da plataforma afirmou que, como todo sistema, o processo de revisão de vídeos pode apresentar falhas ou cometer erros e que, após a contestação, o vídeo poderia ser recolocado, o que ainda não ocorreu. Assista abaixo o vídeo retirado do YouTube:
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