O promotor Maurício Miranda, do Ministério Público do Distrito Federal, apresentou ontem uma nova versão para o assassinato do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e da mulher dele, Maria Carvalho, em agosto de 2008. Segundo Miranda, o ex-zelador do prédio onde Villela morava, Leonardo Alves, disse que o crime foi encomendado pela filha do ex-ministro, Adriana Villela. Alves já havia confessado os assassinatos. Os corpos de Villela, da mulher dele e da empregada da família, Francisca da Silva, foram encontrados no apartamento da família, em Brasília.
A afirmação destoa da confissão feita por Leonardo na quarta-feira da semana passada, quando ele disse ter matado o casal e a empregada, em companhia de Paulo Cardoso, sem envolvimento de uma terceira pessoa ou de um mandante. Ele tinha dito que o crime não foi planejado. "Ele [Alves] envolveu diretamente Adriana", afirmou o promotor a respeito da nova declaração. A Polícia Civil do Distrito Federal não comentou a declaração do promotor.
Denunciada em outubro pela morte dos pais, a arquiteta Adriana Villela critica o trabalho da polícia. "A polícia está trabalhando criminosamente, distorcendo depoimentos, para fazer prevalecer à força uma falsa hipótese", afirma. Adriana ficou presa durante 17 dias sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações. "Fui acusada e presa injustamente", alega.
José Guilherme Villela foi o advogado que defendeu Fernando Collor de Mello durante o processo de impeachment no Congresso Nacional, em 1992. Antes, defendeu o presidente da República Juscelino Kubitschek, o presidente do Senado José Sarney, o ex-prefeito de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf e o também deputado e ex-ministro Delfim Netto. Atuou durante 45 anos como advogado em Brasília. Villela foi ministro do TSE de 1980 a 1986.