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Governantes em baixa - Veja no infográfico o resultado da pesquisa de satisfação |
Governantes em baixa - Veja no infográfico o resultado da pesquisa de satisfação| Foto:

Segurança é o principal problema; saúde teve piora para os eleitores

Rosana Félix

O principal problema de Curitiba, segundo o levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo, é a segurança pública. Em um questionário em que se podia citar mais de uma opção, a segurança recebeu 53,2% das respostas, praticamente o mesmo porcentual do levantamento anterior, feito no fim de abril (veja infográfico em anexo).

Mas o problema que mais aumentou de citações, entre um levantamento e outro, foi o da saúde pública. Atualmente, essa área desagrada a 40,7% dos eleitores curitibanos. Em abril, foram apenas 33,2%. Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, as notícias sobre postos de saúde e demora no atendimento tiveram influência nessa percepção. "A RPC TV veiculou aquela cena de uma mulher brigando em um posto de saúde. Aquilo foi muito forte. Marca porque a demora no atendimento é uma verdade", diz ele. Hidalgo se refere a um caso que ocorreu no início de novembro em uma unidade de saúde localizada no bairro Sítio Cercado. Duas semanas depois, outra reportagem televisiva mostrou um homem acidentado que também reclamou da demora e afirmou que foi agredido no mesmo local.

As drogas também tiveram mais citações no levantamento de dezembro. De acordo com o cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, isso está junto com o problema da segurança, que costuma ser a principal preocupação na maioria das comunidades.

  • Luciano Ducci: ele não vetou nem sancionou o aumento dos vereadores.
  • Beto Richa: o preferido dos curitibanos, com 71,1% de aprovação
  • Dilma Rousseff: aprovação alta (61,2%), mas a menor dentre os três
  • Confira qual é o principal descontentamento do curitibano

A pouco menos de dez meses da eleição de outubro, a administração do prefeito de Curitiba, Lu­­­ciano Ducci (PSB), é aprovada por dois em cada três eleitores da cidade. Levantamento de opinião encomendado pela Gazeta do Povo ao Instituto Paraná Pesquisas revela que Ducci, que irá concorrer à reeleição, tem a aprovação de 67% dos curitibanos. Sua gestão é desaprovada por 27,4%. E 5,6% não souberam responder ou não opinaram. A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 8 de dezembro.

O levantamento ainda revela que o governador Beto Richa (PSDB) é o governante mais popular em Curitiba. Sua administração é aprovada por 71,1%, contra uma desaprovação de 24%. E a popularidade da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), embora elevada (61,2%), é a menor dos três ocupantes de cargos no Executivo. Dilma é desaprovada por 33,2% dos eleitores curitibanos.

Mais críticos

Apesar de a aprovação ser alta nos três níveis governamentais, a pesquisa indica uma leve tendência de aumento da insatisfação dos curitibanos. Em comparação com levantamento feito no fim de abril, a aprovação dos três oscilou para baixo e a desaprovação, para cima. Porém, a variação ficou, em geral, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Ducci, em abril, tinha 69,2% de aprovação, contra os atuais 67%. Para Richa, a avaliação positiva variou de 74,8% para 71,1%. E, no caso de Dilma, caiu de 64,1% para 61,1%.

Apesar de todas as alterações estarem dentro da margem de erro, os especialistas dizem que o cidadão sentiu o peso de denúncias como as que atingiram a Câmara de Curitiba e ministros do governo Dilma. Por isso, se mostra agora mais crítico e dá sinais de um descontentamento com a política. Além disso, a falta de ações concretas em algumas áreas também pode estar prejudicando a imagem dos governantes.

"Quando uma cidade está envolvida em um caso de denúncia [as suspeitas de irregularidades na publicidade da Câmara], isso acaba afetando o quadro geral. Tem relação com a descrença com toda a classe política", avalia o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

Para o cientista político Ricardo Oliveira, professor da UFPR, a queda do vereador João Cláudio Derosso (PSDB) – que se licenciou da presidência da Câmara após o Ministério Público questionar supostas irregularidades cometidas por ele – causou impacto na população. "Ele era presidente [da Casa] desde 1997. O eleitorado sentiu o baque e isso não contribui para a boa imagem dos políticos de uma forma geral."

"Tendo a concordar com a situação de descrença geral dos políticos, mas pode ser que o governo do estado, por exemplo, esteja tomando medidas que desagradem ou que esteja mostrando pouco resultado para a expectativa que foi criada na eleição", observa o professor de Ciência Política Luiz Domingos Costa, da Uninter.

A queda na avaliação de Dilma também pode ser creditada, em parte, às denúncias de irregularidades envolvendo o primeiro escalão do governo federal. Mas a presidente conquistou algo que o prefeito e o governador não conseguiram: ela tem aprovação maior entre os curitibanos com mais escolaridade (veja infográfico em anexo).

"No geral, a economia não está nos melhores momentos, mas também não está ruim. O efeito [da queda de popularidade] tende a ser o da corrupção", afirma Costa. Para Murilo Hidalgo, a postura de Dilma em relação às denúncias é um contraponto à atuação de Lula, que costumava cobrar menos explicações e ser mais tolerante com os subordinados. "A faxina feita por Dilma surtiu efeito, e seu perfil menos populista conquistou uma parte do eleitorado mais escolarizado."

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