Dois deputados federais do Paraná, Angelo Vanhoni (PT) e Alfredo Kaefer (PSDB), estão na lista dos parlamentares mais faltosos de toda a Câmara Federal durante o primeiro semestre deste ano, segundo levantamento do site Congresso em Foco. O estudo mostra que 14 deputados de vários estados deixaram de participar de mais de um terço das 55 sessões deliberativas no período.
O petista foi o sétimo mais faltoso entre os 513 deputados do país ao deixar de comparecer a 21 sessões deliberativas. Já o tucano foi o décimo com mais faltas: 20. O ranking negativo é liderado pelos deputados Eduardo Gomes (PSDB-TO) com 36 faltas, seguido de Paulo Maluf (PP-SP) com 30 ausências (veja infográfico).
Os paranaenses não participaram das votações no Legislativo, quando são aprovados ou rejeitados projetos de lei e proposições, para participarem, na maioria das vezes, de compromissos partidários. O Regimento Interno da Câmara permite que o parlamentar deixe de votar para marcar presença em atividades do partido.
Angelo Vanhoni, por exemplo, justificou as 20 das 21 faltas. A maior parte delas (17) em decorrência de "atendimento a obrigação político-partidária", segundo informações prestadas pelo petista à Mesa Diretora. Outras duas justificativas devem-se a "missão autorizada", quando o parlamentar participa de reuniões, congressos ou atividades semelhantes para representar a Câmara ou o próprio mandato. Vanhoni deixou de ir à sessão em um dia por motivo de saúde.
A reportagem procurou Vanhoni para entender o motivo das faltas e saber se a ausência em sessões deliberativas tinha relação com o fato de ele exercer a relatoria do projeto de lei n.º 8035/2010, que determina o Plano Nacional de Educação. Em decorrência da atribuição, o parlamentar participa de encontros para debater a nova legislação em vários locais do país. Porém, o deputado não quis comentar o assunto.
Alfredo Kaefer também deixou de votar em plenário para atender compromissos do partido. Das 17 faltas justificadas, 12 aconteceram para "atendimento a obrigação político-partidária." O parlamentar defendeu-se: "Eu faço parte da executiva nacional e estadual do PSDB. Então, certamente foram compromissos do partido", afirmou. Em outras cinco faltas, Kaefer teve a ausência liberada por "missão autorizada".
Apesar de ser um dos deputados mais faltosos, o parlamentar paranaense acredita que não há problemas com o alto número de ausências em votações. "Eu não considero que o único trabalho de deputado é estar lá, na Câmara Federal. Considero-me atuante, participante, tanto dentro da Câmara como fora", falou. Para o segundo semestre, ele não deverá mudar de comportamento "Se tiver necessidade de estar presente em outros eventos, eu vou."
Reportagem da Gazeta do Povo da última segunda-feira mostrou que Vanhoni e Kaefer estão entre os menos produtivos do semestre também não concluíram a relatoria de nenhum projeto de lei no período. Kaefer apresentou um projeto, enquanto Vanhoni não fez nenhuma proposição. Mesmo para falar, os dois foram pouco ativos. O petista fez dois discursos e o tucano falou na tribuna cinco vezes.
As ausências dos dois deputados, porém, não fizeram deles os mais "caros" da bancada do estado na Câmara. Kaefer é o oitavo no ranking de gastos considerando o valor dividido pelo número de sessões a que cada um esteve presente. O tucano gastou R$ 2,7 mil por sessão. O ranking é liderado pelo deputado Takayama (PSC), que tem custo médio de R$ 3,5 mil para cada uma das 39 sessões em que ele participou. Kaefer também foi o que mais gastou com serviços postais entre os 30 parlamentares da bancada do estado. No total, ele teve R$ 13 mil em despesas ressarcidas nesta destinação.
Já Vanhoni esteve presente a 34 sessões da Câmara e usou R$ 71 mil da verba de indenização, o que faz com que cada dia de votação que ele participou tenha custo de R$ 2,1 mil. O petista também foi o segundo parlamentar da bancada do estado que mais gastou passagens aéreas: R$ 16,6 mil. O campeão de despesas neste item foi Fernando Giacobo (PR) com R$ 53,5 mil.
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