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Praticamente uma em cada quatro pessoas doentes no mundo sofre de algum mal relacionado a questões ambientais que poderiam ser perfeitamente evitadas, revelou na quinta-feira um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a instituição, 13 milhões de mortes a cada ano são causadas pelo mesmo motivo.

— Comprovamos que 24% da morbidade mundial (o número de pessoas doentes) se devem à exposição a riscos ambientais evitáveis — assegurou a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, Maria Neira, que apresentou na quinta-feira o estudo em Genebra.

Segundo o documento, entre crianças menores de cinco anos a exposição aos riscos ambientais é responsável por um de cada três casos de doença. O estudo sustenta que grande parte dos riscos poderia ser eliminado se forem adotadas "intervenções bem orientadas, o que evitaria até quatro milhões de mortes por ano".

O levantamento mostra que mais de 40% das mortes por malária e cerca de 95% das provocadas por enfermidades diarréicas — as duas maiores causas de mortalidade infantil do mundo — poderiam ser evitadas se a gestão ambiental fosse aprimorada já que ambas se contraem por água contaminada.

Segundo a OMS, das 102 doenças conhecidas, 85 estão relacionadas ao meio ambiente. A principal delas é a diarréia que, anualmente, extermina 58 milhões de anos de "vida ou vida saudável" — um indicador usado pela organização.

A segunda doença mais relacionada ao meio ambiente (em 41% dos casos) é a infecção das vias respiratórias inferiores. Outra enfermidade relacionada a problemas ambientais (em 40% dos registros) é a malária.

O estudo da OMS aponta ainda muitas outras doenças que, de alguma forma, se relacionam a problemas ambientais, como as cardiopatias isquêmicas, problemas mentais, a Aids, a desnutrição, a tuberculose, a asma, algumas intoxicações, a perda gradual da função pulmonar, a elefantíase, a perda de audição, entre outras.

O documento lista ainda medidas que poderiam ser adotadas para reduzir a carga de morbidade relacionada a riscos ambientais. Entre elas, o armazenamento seguro de água para uso doméstico, a adoção de práticas de higiene mais adequadas, o uso de combustíveis menos poluentes.

Também poderiam ajudar no combate ao problema medidas de segurança mais eficazes em indústrias, utilização e gestão mais prudente de substâncias tóxicas e melhor gerenciamento de recursos hídricos.

Neira exortou os ministérios de Saúde e Meio Ambiente de todos os países a colaborarem no sentido de fazer com que esses benefícios ambientais e de saúde pública possam se tornar realidade.

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