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GIULIANA VALLONE, RENATA AGOSTINI E THAIS BILENKY

NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - Antecipando-se aos questionamentos, a presidente Dilma Rousseff tomou a iniciativa de falar sobre a corrupção na Petrobras em encontros fechados com empresários norte-americanos nesta segunda-feira (29), em Nova York (EUA).

De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, que participou das reuniões, Dilma passou a mensagem de que tanto o país quanto a estatal estão se “aperfeiçoando.”

“A Petrobras está aperfeiçoando sua governança, adotando medidas de ‘compliance’, renovando o Conselho [de Administração], a gestão”, teria dito a presidente, segundo Monteiro. “Ela se antecipou.”

Dilma teria falado também sobre a melhora nas leis de combate à corrupção no país e ressaltado a autonomia do Ministério Público para conduzir investigações autônomas, que independem do governo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que também participou dos encontros, afirmou que o clima foi de “muita transparência.” “Falamos de todas as medidas importantes para retomar o crescimento no país”, afirmou.

Dilma foi aos Estados Unidos para um encontro de trabalho com o presidente norte-americano, Barack Obama, que acontecerá em Washington nesta terça (30). Mas a visita começou em Nova York, centro financeiro do país, parte da ofensiva do governo brasileiro para atrair o empresariado americano.

Com a retração da atividade econômica no Brasil, que deve piorar no curto prazo com o ajuste fiscal, o governo foca em aumentar os investimentos e o comércio exterior. Para esses dois objetivos, a visita aos EUA é fundamental.

Nesta segunda, organizou um seminário para explicar o novo pacote de concessões em infraestrutura, com oportunidades em rodovias, portos, aeroportos e ferrovias, no valor de R$ 198,4 bilhões. Cerca de 470 empresários e investidores confirmaram presença no evento, que contou com encerramento da presidente.

Durante a manhã, nos encontros com empresários do setor produtivo e integrantes do mercado financeiro nos EUA, Dilma defendeu as medidas econômicas e também quis ouvir o que todos tinham a dizer sobre o país -somadas, as duas reuniões contaram com a presença de 32 executivos.

As demandas, com o objetivo de “melhorar o ambiente de negócios no Brasil”, segundo Monteiro, incluíram a redução da burocracia e melhores no ambiente regulatório e na área tributária.

A recepção foi positiva. “Esses empresários têm um olhar de prazo mais longo sobre o Brasil. E reconhecem os esforços que o governo está promovendo para reequilibrar a economia”, disse o ministro.

“Fomos encorajados por algumas das reformas que estão sendo feitas no Brasil. Ela também falou sobre o que está sendo feito para assegurar que seja simples conduzir negócios no país”, disse David Cheesewright, presidente do Walmart.

O presidente da AB Inbev, Carlos Brito, classificou a reunião como “muito boa” e elogiou a iniciativa do governo de se aproximar de empresas nos Estados Unidos e a disponibilidade para ouvir sugestões.

“Somos investidores de longo prazo no Brasil, investimos R$ 12 bilhões desde 1997 e temos planos de investir potencialmente mais. Continuamos otimistas”, disse o presidente do grupo AES, que administra a AES Eletropaulo, Andrés Gluski.

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