A dificuldade do governo federal para se equilibrar entre o aumento de gastos obrigatórios e a queda na arrecadação resultou num profundo corte de investimentos no ano passado. A execução orçamentária de alguns programas (ou obras) ficou intocada em 2015. Uma parte só não ficou parada por causa dos restos a pagar de anos anteriores. Outros projetos não tiveram pagamento nem de restos a pagar, nem referente ao orçamento do ano.
R$ 7 bilhões
Em transportes, um dos setores com maior número de programas federais sem execução em 2015, o orçamento caiu R$ 7 bilhões - de R$ 22 bilhões para R$ 15 bilhões .
Levantamento feito pela ONG Contas Abertas mostra que, de um total de 2.229 programas que tiveram dotação inicial aprovada, 980 não tiveram nenhum desembolso referente ao orçamento de 2015 - ou seja, 44% dos programas não tiveram execução no ano passado. Em 2014, esse porcentual foi de 36%.
Os cortes atingiram todos os setores, de transportes a recursos hídricos, de programas sociais a projetos de saneamento básico. Sem dinheiro, várias obras foram paralisadas e ajudaram a engrossar a lista de desempregados.
O aperto do governo, aliado à falta de confiança da iniciativa privada e envolvimento das construtoras na Operação Lava Jato, ajudou a derrubar a taxa de investimentos no País, de 20,2% no terceiro trimestre de 2014, para 18,1% no mesmo período do ano passado.
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