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Mac Donald conseguiu manter-se por mais quatro anos em Foz do Iguaçu. | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Mac Donald conseguiu manter-se por mais quatro anos em Foz do Iguaçu.| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Tendência foi de renovação nas Câmaras de Vereadores

Nas Câmaras Municipais das principais cidades do Paraná o índice de renovação de vereadores foi elevado. Em Curitiba, 18 dos 38 vereadores que assumem em janeiro são novatos. Ou seja, 48% dos eleitos não estavam na Câmara.

No interior, a tendência de renovação da Câmara foi mais alta ainda. Londrina, das grandes cidades paranaenses, teve o menor índice de reeleição dos vereadores: 33,3%. Apenas 6 dos 18 vereadores consseguiram votos suficientes para mais quatro anos no Legislativo municipal. A Câmara de Londrina, aliás, passou por um ano muito negativo, com diversas denúncias de corrupção, que chegaram a levar vereadores à prisão, à cassação ou à renúncia.

Em Maringá, dos 15 candidatos eleitos em 2008, 9 são novos (60% de renovação). A próxima legislatura da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, contará com um índice de renovação também de 60%. Dos 15 parlamentares eleitos no domingo, apenas seis alcançaram a reeleição por mais quatro anos.

Em Ponta Grossa, a renovação na Câmara Municipal foi um pouco menor do que no restante das grandes cidades. Ficou em 40%. Nove dos quinze vereadores se reelegeram. (DP)

  • Richa se reelegeu em Curitiba com a maior votação da história.
  • Silvio Barros foi o primeiro prefeito de Maringá a ser reeleito.

Em 175 municípios paranaenses, o comando da cidade não vai trocar de mãos no ano que vem, pois os prefeitos se reelegeram. O índice de reeleição chega a 44,3% dos 395 municípios do Paraná onde a eleição já foi definida. Em duas cidades – Londrina e Ponta Grossa –, ainda haverá segundo turno. E em outras duas – Ramilândia e Três Barras do Paraná – todos os candidatos foram impugnados.

O levantamento foi realizado pela Gazeta do Povo a partir da comparação do número de prefeitos eleitos em 2004 com a relação dos vencedores do pleito deste ano. O cruzamento de dados revela que os políticos que estão no poder, com a reeleição, instituída no país em 1998, tendem a se manter.

O presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), Valentim Milleo (PMDB), atual prefeito de Piraí do Sul, diz que o índice de reeleição deste ano está dentro das estimativas previstas. Apesar de não haver números oficiais da eleição de 2004, ele calcula que a quantidade de reeleitos aumentou.

Para Milleo, que este ano não concorreu à eleição por já estar no segundo mandato consecutivo, boa parte dos prefeitos consegue se reeleger porque têm a máquina eleitoral à disposição e, assim, acaba deixando o adversário em desvantagem. "Se os prefeitos não pudessem usar a máquina, somente 20% se reelegeriam", calcula. O prefeito diz ser contra a reeleição justamente pela facilidade de se usar a máquina administrativa.

O sociólogo e cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da UFPR, diz que neste pleito os prefeitos tinham condições favoráveis para permanecer no cargo por dois motivos: o panorama econômico positivo e as políticas sociais do governo federal.

Segundo Oliveira, os prefeitos administraram os municípios com mais emprego, mais renda e orçamento em razão dos quatro anos de crescimento econômico registrado no país. Ele também salienta que os administradores que conseguiram aproveitar bem as políticas sociais do governo federal, tais como o Bolsa Família, foram favorecidos. "Muitos prefeitos se beneficiaram desta política", diz.

Entre os quatro maiores colégios eleitorais do Paraná, conseguiram se manter no cargo os prefeitos de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e de Maringá, Silvio Barros (PP). O pleito ainda será definido em Londrina. Mas nesse caso o atual prefeito, Nedson Micheleti (PT) não poderia ser candidato pois já havia sido reeleito em 2004. Em Ponta Grossa, o prefeito Pedro Wosgrau (PSDB) pode aumentar as estatísticas favoráveis à reeleição. Ele está no segundo turno.

No Norte Pioneiro, dos 19 prefeitos que disputaram o cargo, 12 conseguiram vencer. Outros sete não saíram para a reeleição ou já estavam em seu segundo mandato. Na Região Noroeste, pelo menos seis prefeitos asseguraram novamente a vaga. No Oeste, Paulo Mac Donald (PDT), em Foz do Iguaçu, também se reelegeu.

Nas principais cidades da região de Ponta Grossa, pelo menos quatro prefeitos continuarão administrando os municípios. Entre eles, Fernando Ribas Carli (PP), de Guarapuava, Moacyr Fadel (PMDB), de Castro. No Sudoeste, o prefeito de Pato Branco, Roberto Viganó (PDT), se manteve no Executivo.

Colaboraram Kátia Brembati e Edson Gil Santos Jr., da sucursal de Ponta Grossa, e Octavio Rossi e Marco Martins, correspondentes.

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