Paranaenses
Metade dos deputados federais foi convidada a mudar de legenda
Metade dos 30 deputados federais do Paraná em exercício confirmou ter recebido convite para mudar de partido nas últimas semanas antes do prazo legal de filiação dos candidatos que vão concorrer em 2014. Até agora, apenas um oficializou a mudança Fernando Francischini, que trocou o PEN pelo Solidariedade. Outros dois, Assis do Couto (PT) e Luiz Nishimori (PSDB), disseram que ainda estão estudando propostas.
"Há algum tempo minha situação no partido não é das melhores, mas a minha tendência é ficar", disse Assis do Couto. Ele declarou ter recebido convites de partidos recém-criados e de outros antigos, mas não quis revelar quais.
Nishimori diz ter conversado com o PR e o Solidariedade, mas admitiu estar mais próximo de acertar com o primeiro. "O importante é conversar bem com o PSDB", explicou. Caso Nishimori migre para o PR, o PSDB pode requerer judicialmente o mandato ocupado por ele.
Dos 15 deputados que declararam ter sido procurados, sete disseram que receberam convite do Solidariedade e cinco do Pros. Só três citaram conversas com partidos mais antigos PSD, PR e PPS. Outros três não quiseram falar de quais legendas partiram as sondagens.
"Essas conversas são normais, ainda mais nesse período", disse Sandro Alex, que vai permanecer no PPS. "Há até uma piada aqui na Câmara: quando você pergunta para qualquer deputado qual é o pior partido, ele sempre costuma dizer que é o dele", citou João Arruda, que conversou com PSD e Pros, mas vai ficar no PMDB.
Troca-troca
Veja quem anunciou ontem ter mudado ou se filiado a algum partido:
Marcelinho Carioca
O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca se filiou ontem ao PT. Ele recorreu ao futebol para explicar sua decisão de trocar o PSB pelo PT: "Eu estava jogando no Madureira e vou para um time grande". Ele pode disputar uma vaga de deputado estadual ou federalno Rio.
Irmãos Gomes
Após integrarem as fileiras de quatro partidos PMDB, PSDB, PPS e PSB , os irmãos Cid e Ciro Gomes confirmaram a filiação ao Partido Republicano da Ordem Social (Pros).
Dirigentes mineiros
Os presidentes do Atlético-MG e do Cruzeiro se tornaram alvo da política partidária. O PSB atraiu o atleticano Alexandre Kalil. Já o PV trouxe para o partido o cruzeirense Gilvan de Pinho Tavares. Ainda não se sabe por quais cargos eles deverão concorrer.
Walter Feldman
O deputado federal Walter Feldman entregou ontem seu pedido de desfiliação do PSDB. Feldman é um dos coordenadores do processo de criação da Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta criar.
Secretário da segurança
O ex-secretário da Segurança Pública de São Paulo Antonio Ferreira Pinto se filiou ontem ao PMDB paulista. A ideia do partido é que ele seja candidato à Câmara dos Deputados.
Fontes: Agências
Na Justiça
O PDT ingressou com mandado de segurança no TSE pedindo a anulação do registro concedido pelo tribunal ao partido Solidariedade, criado pelo ex-pedetista Paulo Pereira da Silva. O PDT requisita que as assinaturas de apoio ao Solidariedade sejam verificadas em busca de fraudes e pede urgência, tendo em vista a iminência de deputados pedetistas migrarem à nova legenda. A assessoria de Pereira diz que a ação é "um ato de claro desespero".
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A dois dias do fim do prazo para filiação partidária dos candidatos que vão disputar a eleição de 2014, diversas decisões afetam o cenário político paranaense. Três mudanças confirmadas ontem terão impacto direto na composição de alianças: a filiação do ex-presidente da Assembleia Legislativa Hermas Brandão ao PSB, e a migração dos deputados federais Cida Borghetti (PP) e Fernando Francischini (PEN) para os recém-criados Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e Solidariedade, respectivamente. Apesar das sondagens, a tendência é que nomes tradicionais como os irmãos Alvaro (PSDB) e Osmar Dias (PDT), além do senador Roberto Requião (PMDB), permaneçam nas atuais siglas.
Brandão volta à política após ocupar por seis anos o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná. Durante a década passada, pelo PSDB, ele foi um dos parlamentares mais influentes do estado e chegou a ser anunciado como candidato a vice-governador, em 2006, na chapa de Requião a negociação acabou vetada pela direção nacional tucana. Nos bastidores, é dado como certo que, caso eleito, ele vai voltar a concorrer à presidência da Assembleia.
Cida foi a quinta deputada federal mais votada no Paraná em 2010 e vai assumir a presidência do Pros no estado. O marido dela é o tesoureiro nacional do PP e secretário estadual de Indústria e Comércio, Ricardo Barros. "O objetivo da Cida é ser candidata a vice-governadora, preferencialmente na coligação do governador Beto Richa (PSDB)", disse Barros, explicando os planos da esposa, que estava no exterior. O Pros ainda está negociando a filiação de quatro deputados estaduais e caminha para ser governista em Brasília e em Curitiba.
Francischini, que no ano passado já havia trocado o PSDB pelo também novato Partido Ecológico Nacional (PEN), agora assume o comando do Solidariedade no estado. "O que eu sempre quis foi comandar um partido forte em Brasília, que me desse condições de brigar pelas minhas bandeiras", justificou o parlamentar. O Solidariedade havia filiado até ontem 24 deputados federais, 100 vereadores paranaenses e negociava com outros dois deputados estaduais. O partido vai apoiar o governo Richa no Paraná e deve ser "independente" no Congresso Nacional.
Tradicionais
Potenciais candidatos a governador em 2014, Requião e Osmar foram sondados para trocar de partido, mas não devem aceitar. De acordo com o deputado federal João Arruda (PMDB), sobrinho de Requião, o tio foi procurado pela Rede Sustentabilidade, legenda que ainda não foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O senador, que durante três décadas de carreira nunca saiu do PMDB, vai continuar brigando internamente para ser candidato.
Já Osmar afirmou que recebeu convite de cinco partidos, mas não detalhou quais. "São todos velhos e bem conhecidos", disse. Dois deles seriam o PMDB e o DEM, mas ele adiantou que não pretende trocar de legenda e evitou falar sobre os planos para a próxima eleição. "Sobre 2014 eu só falo em 2014."
Convidado para ir para o PPS e ser candidato a vice-presidente em uma possível chapa com José Serra (PSDB), Alvaro Dias oficializou no último fim de semana a permanência entre os tucanos. Ele será candidato à reeleição ao Senado.
Pros já tem a 7.ª maior bancada na Câmara
Agência O Globo
O Pros filiou ontem 28 deputados federais e se tornou a sétima maior bancada da Câmara. Embora no discurso o partido se intitule de centro e independente, na prática será mais uma legenda a se somar à base aliada da presidente Dilma Rousseff, a quem deve apoiar nas eleições do ano que vem. O governador do Ceará, Cid Gomes, telefonou para o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, para felicitá-lo pelas adesões. No Ceará, Cid, que deixou o PSB, atraiu cinco deputados federais, 11 estaduais, 50 prefeitos e diversos vereadores. No total, de acordo com Eurípedes Júnior, o Pros terá, além dos 28 deputados federais, cerca de 60 estaduais, 300 prefeitos e aproximadamente 4 mil vereadores.
Rede de Marina
TSE deve examinar "abusos" na rejeição de assinaturas, diz ministro
Folhapress
O ministro Gilmar Mendes, que substituirá hoje Dias Toffoli no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sessão de votação do registro da Rede Sustentabilidade, disse que a corte deve examinar os "abusos" denunciados por Marina Silva na rejeição de assinaturas de apoio à sigla. "Vamos examinar em função das alegações que são feitas de que teria havido aqui e acolá abusos na rejeição", disse. Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou considerar "muito difícil" aceitar o pedido de registro da legenda. "Nós não atuamos como cartório", afirmou. Para a criação de um partido é necessária a apresentação de ao menos 492 mil assinaturas de apoio certificadas por cartórios eleitorais. Até o momento, a Rede obteve cerca de 442 mil e pede que o TSE valide outras 98 mil que foram rejeitadas sem a apresentação de uma justificativa. Ontem, a ex-senadora Marina Silva divulgou, na internet, um vídeo em que pede ao TSE "corrija o erro cometido pelos cartórios" e permita a criação da Rede.
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