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A deputada paranaense Cida Borghetti trocou o PP pelo recém-criado Pros para as eleições do ano que vem | Brizza Cavalcante/Ag. Câmara
A deputada paranaense Cida Borghetti trocou o PP pelo recém-criado Pros para as eleições do ano que vem| Foto: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara

Em Curitiba

Vereadores Zé Maria e Tico Kuzma migram para novas legendas

Yuri Al’Hanati

No prazo final das filiações e trocas de partido, apenas dois vereadores da Câmara Municipal de Curitiba migraram para novas legendas. Zé Maria deixou o PPS para se juntar ao Solidariedade, e Tico Kuzma saiu do PSB e entrou no Partido Republicano da Ordem Social (Pros). Kuzma deve presidir o partido em nível municipal.

Com a mudança, a bancada do PSB fica com três vereadores – Mauro Inácio, Dona Lourdes e Colpani – e a do PPS, com apenas dois: Paulo Rink e Helio Wirbiski.

Kuzma disse que se sentiu atraído pelas bandeiras do Pros, já posicionado como sendo de centro, e pela oportunidade de começar um partido do zero com pessoas que até então não participavam da vida partidária. "A principal bandeira do Pros é a diminuição dos impostos e da parafernália burocrática para cobrá-los. Com isso, podemos ter menos sonegação e mais recurso e investimento para todas as áreas". Ele admite que se filiou na sexta-feira, antes da decisão de Marina Silva pela filiação ao PSB, mas diz que não se arrepende. A presidente estadual do partido, a deputada Cida Borghetti, convidou Kuzma para presidir o partido em nível municipal.

Já Zé Maria, um dos fundadores do PPS em Curitiba, disse que optou pela mudança por se sentir desvalorizado em sua antiga legenda. "O partido ficou na mão de um grupo muito pequeno, e a gente não tinha mais poder de decisão", comenta, exaltando a bandeira da solidariedade do novo partido e a figura de suas lideranças: o sindicalista Paulinho da Força, presidente nacional, e o deputado federal Fernando Francischini, presidente estadual. Ele também conclui que a fusão fracassada com o PMN pela criação do MD causou um desgaste muito grande.

Paraná

Na Assembleia Legislativa do Paraná nenhum deputado parece ter mudado de partido. Havia especulações sobre a saída de André Bueno e Fernando Scanavaca do PDT para o Solidariedade, mas os dois não mudaram de legenda antes do prazo máximo de filiação para as eleições de 2014, que se encerrou no sábado.

Balanço da Câmara dos Deputados mostra que 57 parlamentares comunicaram que trocarão de partido para disputar as eleições de 2014. Segundo a Agência Câmara, 52 parlamentares comunicaram a mudança à Secretaria-Geral da Mesa da Casa. Outros cinco também informaram ter trocado de partido, mas ainda não há registro na mesa. Na sexta-feira, segundo balanço da Agência Brasil, 100 parlamentares trocariam de legenda, o que acabou não se confirmando. A maioria das mudanças é motivada pela criação de dois novos partidos, o Solidariedade e o Pros, no dia 24 de setembro.

O partido que mais receberá parlamentares, se forem confirmadas todas as trocas, será o Solidariedade, com 23 deputados. Em segundo lugar ficará o Pros, com 17. Em seguida, PP (4), PSB (4), PR (2) e PRB (2). PMDB, PSDB, DEM, PSD e PTB receberão um deputado cada. O prazo para a troca – a tempo de concorrer nas eleições do próximo ano – terminou no último sábado. Com as trocas feitas, os novos partidos começam a se movimentar para definir suas lideranças e posições dentro da Casa.

Os cinco deputados que não comunicaram oficialmente a mesa foram Domingos Dutra (do PT para o Solidariedade), Walter Feldman (do PSDB para o PSB), Miro Teixeira (do PDT para o Pros), Alfredo Sirkis (do PV para o PSB) e Cida Borghetti (do PP para o Pros).

Estados

Nos estados, a proximidade de 2014 também levou parlamentares e trocarem de legenda. Ao menos cinco presidentes de Assembleias Legislativas mudaram de partido na semana passada: Minas Gerais, Ceará, Tocantins, Rio Grande do Norte e Roraima.

O maior beneficiado foi o novato Pros, que "ganhou" três presidentes (Ceará, Rio Grande do Norte e Roraima). O PSDB perdeu dois: os presidentes das assembleias de Minas Gerais e de Roraima.

Crise no Ceará

Até as eleições estaduais de 2010, PSB e PSDB eram os maiores partidos no Ceará. Mas a um ano das eleições de 2014 estão esvaziados. Nos três governos Tasso Jereissati (1987-1990, 1991-1994 e 1999-2002), o PSDB teve maioria ampla na Assembleia, com quase 30 dos 46 deputados. Na eleição de 2010, elegeu seis parlamentares. Três foram para o PSD no meio do mandato e o restante se desfiliou sábado passado.

"Deixei o partido por uma questão de sobrevivência na eleição do ano que vem", disse o deputado Fernando Hugo, que assinou ficha do Solidariedade. João Jaime e Téo Menezes trocaram o PSDB pelo DEM.

Antes de deixarem o partido, os últimos remanescentes tucanos cobraram definição de Tasso Jereissati sobre uma candidatura em 2014. Apesar de liderar as pesquisas do Ibope para governo e Senado, ele reluta em voltar. "Já estou velho. Tenho que dar chance para novos quadros. Passei doze anos no Governo. Os Ferreira Gomes estão há doze anos. Isso são formação de oligarquias, que condeno", afirmou.

Já a debandada do grupo político do governador Cid Gomes para o Pros esvaziou o PSB do Ceará, que tinha 10 deputados Assembleia e ficou só com uma deputada. O novo presidente do PSB, ex-deputado federal Sérgio Novais, filiou cerca de 50 pessoas para disputar a eleição de 2014, entre eles a presidente do Centro Industrial do Ceará, Nicolle Barbosa, o ex-secretário cearense de Turismo, Alan Aguiar, e a ambientalista Geovana Cartaxo.

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