A maioria dos brasileiros acha que Dilma Rousseff é culpada pela corrupção na Petrobras e defende o impeachmente da presidente, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (21).
Apenas 7,7% consideram o governo Dilma ótimo ou bom
- BRASÍLIA
Mesmo diante da tentativa do governo para recuperar a sua popularidade, a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu o menor nível histórico na pesquisa CNT/MDA, superando o resultado negativo da última avaliação. Segundo o levantamento, apenas 7,7% dos entrevistados consideram o governo Dilma como ótimo ou bom – o que caracteriza aprovação. Enquanto isso, 70,9% consideram seu governo ruim ou péssimo (o que caracteriza desaprovação). Outros 20,5% consideram o governo apenas regular. E 0,9% não soube responder.
Na pesquisa anterior, de março, 64,8% dos entrevistados consideraram o governo da petista ruim ou péssimo, contra 10,8% que o avaliam como ótimo ou bom.
O pior índice registrado pela pesquisa até então havia sido em setembro de 1999, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na época, o governo do tucano foi avaliado positivamente por apenas 8% dos entrevistados, e 65% fizeram avaliação negativa de sua gestão. O levantamento é feito desde julho de 1998.
No 2.º turno, Lula perderia para Aécio, Serra e Alckmin
- Brasília
A pesquisa CNT/MDA mostra que, se a eleição presidencial fosse realizada hoje, o senador Aécio Neves (PSDB) venceria o ex-presidente Lula (PT). Num dos cenários apresentados pela pesquisa, o primeiro turno teria Aécio à frente, com 35,1%, e Lula em segundo lugar, em 22,8%. Em seguida, 15,6% votariam em Marina Silva e 4,6% em Jair Bolsonaro. Brancos e nulos somariam 14,8%, não souberam ou não responderam, 7,1%. No segundo turno, 49,5% dos entrevistados votariam em Aécio e 28,5% em Lula.
No segundo cenário, com o tucano Geraldo Alckmin no lugar de Aécio, Lula ficaria com 24,9%, seguido de Marina, com 23,1%; Alckmin, com 21,5%; e Jair Bolsonaro com 5,1%. Brancos e nulos somam 17,5% e não souberam ou não responderam, 7,9%. No segundo turno, entretanto, a pesquisa coloca apenas candidatos do PT e PSDB, com Alckmin tomando a dianteira, com 39,9%, e vencendo Lula, que teria 32,3%.
No terceiro cenário, em que o candidato do PSDB é José Serra, o ex-presidente Lula teria no primeiro turno 25%, contra 23,3% de Marina Silva, 21,2% de Serra e 5,5% de Bolsonaro. Brancos e nulos somam 17,8%, não souberam ou não responderam, 7,2%. Nesse caso, num segundo turno entre PT e PSDB, Serra ficaria com 40,3% e Lula com 31,8%
Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 unidades federativas entre os dias 12 e 16 de julho de 2015. A margem de confiança é de 2,2 pontos porcentuais para cima ou para baixo.
O levantamento mostra que 62,8% dos entrevistados são favoráveis a tirar Dilma da Presidência. Os contrários são 32,1% . E 5,1% não souberam responder.
Veja a avaliação da presidente Dilma e o que os brasileiros acham sobre um possível impeachment
Para os que são favoráveis ao impeachment, 26,8% citaram as pedaladas fiscais como justificativa para o impeachment; 25% disseram que a corrupção na Petrobras serve como argumento; 14,2% consideram irregularidades nas contas de campanha da petista; e 44,6% declararam que os três motivos são suficientes para retirar o mandato da presidente.
A pesquisa também mostra que a maior parte dos brasileiros considera Dilma Rousseff e seu antecessor, o ex-presidente Lula, como responsáveis pela corrupção na Petrobras investigada pela Operação Lava Jato. Dos entrevistados, consideraram a presidente Dilma “culpada” 69,2%, enquanto 23,7% disseram que ela não é responsável (7,1% não souberam responder). Já Lula foi responsabilizado por 65% dos entrevistados; 27,2% não o consideraram “culpado” pelo caso e 7,8% não responderam.
O levantamento ainda revela que a responsabilização do governo de um modo geral a respeito da corrupção da Lava Jato é menor do que a de Dilma e Lula: 40,4% disseram que a administração federal é a responsável. Partidos políticos foram “culpados” por 34,4%; diretores ou funcionários da Petrobras, por 14,2%; e só 3,5% apontaram as construtoras como culpadas pelo esquema de corrupção.
Segundo a pesquisa, 78,3% disseram estar acompanhando o noticiário sobre as investigações. E 21,7% disseram não ter ouvido falar no assunto.
A maioria (90,2%) também não acha que está havendo exagero nas prisões dos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras; 7,9% avaliam que há exageros e 1,9% não soube responder.
Sobre a expectativa de punição dos investigados, 67,1% entrevistados disseram não acreditar que os envolvidos serão punidos. Outros 30% disseram confiar na penalização, e 2,9% não souberam responder.
A capacidade o país combater a corrupção também foi questionada na pesquisa. Segundo a CNT/MDA, 52,5% não acreditam que o governo conseguirá combatê-la; 37% disseram que conseguirá combater em parte; e 8% apostam que o governo federal será capaz de eliminar totalmente a corrupção. Apenas 2,5% não souberam responder.
O brasileiro também considera que a corrupção é prejudicial para a economia. Esse é o pensamento de 86,8% dos entrevistados. Apenas 11,9% disseram que a corrupção não prejudica a economia. E 1,3% não respondeu.
Economia
A insatisfação dos brasileiros com a condução da economia pode explicar por que a maioria quer ver Dilma fora da Presidência. Segundo a pesquisa CNT/MDA, dos entrevistados, 84,6% consideram que a presidente não está sabendo lidar com a crise econômica. Apenas 12,4% acham que Dilma está conduzindo bem a gestão da crise. Do total, 3% não souberam ou não responderam.
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