Dilma Rousseff (PT), Beto Richa (PSDB) e Gustavo Fruet (PDT) encontraram um diagnóstico para a crise que acompanha os três níveis de governo neste início de 2015: erros de comunicação.
Em meio às denúncias de corrupção na Petrobras e com problemas para explicar por que propôs o corte de benefícios trabalhistas e previdenciários quando na campanha eleitoral havia dito que não mexeria em direitos dos trabalhadores, Dilma deu a orientação a seus ministros já em janeiro: “travem a batalha da comunicação”, “reajam aos boatos” e “levem a posição do governo à opinião pública”.
Governante tem de ser transparente e não “dourar a pílula”, dizem especialistas
A comunicação governamental é extremamente importante, mas não pode carregar sozinha a culpa por erros administrativos e políticos do Executivo. A análise é feita por especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Para a professora de comunicação política Kelly Prudêncio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), “não se pode maquiar a comunicação”. Se
Leia a matéria completaNa quarta-feira passada (25), foi o ex-presidente Lula quem tocou na mesma tecla. Em reunião com senadores petistas, Lula criticou a estratégia de comunicação do governo em relação à proposta de ajuste fiscal. Ao ouvir um rosário de queixas sobre as medidas econômicas, Lula disse que o governo falha ao não explicar por que haverá alterações em benefícios previdenciários e trabalhistas e onde se quer chegar com o “sacrifício”.
“Esse ajuste precisa ter um objetivo. Ele não está sendo feito porque achamos que é bom, mas, sim, para apontar um horizonte. Falta dizer, então, por que essas medidas estão sendo tomadas. É para aumentar o emprego? Para adotar novas políticas sociais? Nós todos temos falhado um pouco ao não explicar que não se trata de um fim em si mesmo nem de uma coisa isolada”, afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), após o jantar com Lula.
No plano estadual, o porta-voz da crítica foi o próprio governador Beto Richa. Em entrevista também na quarta-feira (25) à Gazeta do Povo, o tucano disse que a crise provocada pelo “pacotaço” de austeridade encaminhado e depois retirado da Assembleia Legislativa se deu porque o governo “não teve tempo para comunicar, e o poder de mobilização de alguns sindicatos, grupos e adversários políticos foi muito grande”.
A opinião é compartilhada por um dos principais assessores de Richa, o secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD). Durante discurso na posse da nova diretoria da Ademi/PR, na terça-feira (24), Sciarra disse, em outras palavras, que o “pacotaço” foi mal embrulhado, gerando críticas e protestos, especialmente por parte dos servidores da educação. “Perdemos a guerra da comunicação e não transmitimos de forma adequada para a população esses projetos”, afirmou.
O diagnóstico logo foi seguido de sucessivas aparições e declarações de Richa para explicar a posição e as realizações do governo estadual.
Não podemos deixar vencer as informações falsas. Reajam aos boatos. Travem a batalha da comunicação. Levem a posição do governo à opinião pública.
Marqueteiro
O governador Beto Richa desmentiu a possibilidade de contratar um marqueteiro para recuperar sua imagem. Na semana passada, houve rumores de que o publicitário Paulo de Tarso, que trabalhou na campanha de reeleição do tucano, seria chamado. “Não tem isso”, disse Richa.
Troca de comando
Já o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, decidiu trocar o comando da Secretaria de Comunicação em janeiro, dias depois de uma pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo ao Instituto Paraná Pesquisas mostrá-lo com apenas 17% das intenções de voto se a eleição municipal fosse naquele dia. O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr. (PSC), adversário de Fruet no 2.º turno da eleição de 2012, apareceu com 38% e o ex-prefeito Luciano Ducci, com 10% . Diante desses números, o jornalista Gladimir Nascimento deu lugar na Comunicação municipal para o publicitário Paulo Vítola, ex-diretor-presidente da Rádio e TV Educativa.
Na época, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que Fruet fez mudanças nas diretorias de várias secretarias e entendeu ser o momento de dedicar mais atenção à pasta de Comunicação.
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