Uma ponte e uma avenida ligam Brasiléia e Epitaciolândia, no Acre, a Cobija, capital do departamento boliviano de Pando. Uma estreita ligação cultural e comercial une as três cidades. Todos os dias, brasileiros juntam-se a bolivianos em busca de sexo no outro lado da fronteira, onde predominam garotas de programa provenientes do Acre, Rondônia e Mato Grosso.

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"Eles preferem as brasileiras por serem mais bonitas", diz uma cuiabana da boate Pretty Woman, onde o português é língua corrente. Diante de um controle frágil das autoridades, é só por acaso que a polícia descobre adolescentes cruzando a fronteira em situação irregular. Ou quando recebe denúncia, coisa rara de acontecer.

Um desses eventos ocorreu há um ano. A mãe de uma adolescente de Xapuri descobriu a filha, que havia fugido de casa, na Bolívia. Avisou o Conselho Tutelar e a polícia. Resultado: outras quatro garotas com idade entre 14 e 17 anos foram resgatadas de um prostíbulo em Cobija. Isso deixou as autoridades em alerta por um tempo. Três meses depois, três jovens de Rio Branco, de 14, 15 e 17 anos, foram barradas na ponte quando tentavam dirigir-se a Cobija. Agora, a fiscalização voltou a afrouxar.

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