"É a vontade majoritária do partido."
Do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, ao comunicar, ontem, o apoio do partido ao presidente Lula, muito embora ninguém pudesse imaginar que o oposicionismo na sigla fosse maior que o seu fisiologismo.
A que deve o senador Osmar Dias a grande votação que obteve como candidato ao governo do estado? A resposta é: deve à rejeição de boa parte da população paranaense ao outro candidato, Roberto Requião. Claro que contaram os méritos pessoais e políticos de Osmar, porém são muitas as evidências de que o voto anti-requianista é que prevaleceu.
Pois bem: o senador já se declarou candidato em 2010, mas aparenta não ter se dado conta de que seu adversário já não será Requião. Portanto, dependerá muito mais dos próprios méritos e dos arranjos políticos que fizer ao longo dos próximos quatro anos para enfrentar o(s) candidato(s) do PMDB e PT.
Não será tão fácil quanto lhe parece: o PSDB, por exemplo, que foi seu aliado em 2006, estará certamente com Beto Richa (se se reeleger prefeito em 2008), provavelmente com a fiel parceria do PFL.
Diante disso, Osmar Dias, confinado no seu pequeno PDT, terá dificuldades para montar o mesmo poderoso arco de alianças que o apoiou na última eleição. A menos que o PSDB se esfacele de vez no estado e Beto Richa não consiga viabilizar a própria candidatura.
O sucesso de Osmar Dias nessa empreitada depende, portanto, de situações que hoje já não estão sob seu controle. Constatação que certamente o obrigará a rever, muito brevemente, a estratégia em que se lançou de cobrar fidelidades que não lhe são devidas. A relativa fidelidade e o empenho de aliados de que gozou durante a última campanha eram resultado, principalmente, do esforço comum de vários setores para derrotar Requião uma causa que não mais existirá em 2010.
Opção preferencial?
Pela primeira vez nos últimos 31 anos, o governo do Paraná não conta com um programa voltado especificamente para o desenvolvimento da agricultura de pequeno porte muito embora propague a idéia da opção preferencial pelos pobres.
O último programa com estas características era o "Paraná 12 Meses", criado no primeiro mandato de Jaime Lerner, na década passada. Pois ele foi dado como encerrado anteontem, quando agentes do Banco Mundial, que o financiou em US$ 330 milhões, estiveram com os secretários da Agricultura e do Planejamento para elogiar a concepção original do projeto e os resultados alcançados.
Salvo uma carta de intenção encaminhada ao mesmo banco meses atrás, não há nenhum outro programa do mesmo gênero e alcance para substituir e dar continuidade ao Paraná 12 meses muito embora ainda sejam sabidamente grandes as deficiências que afligem o produtor rural familiar.
Desde 1975, quando o então secretário da Agricultura, Paulo Carneiro (governo Canet), lançou o Programa de Apoio ao Pequeno Agricultor, sucederam-se outros em todos os demais governos. Existiu, por exemplo, o Pró-Rural e o Paraná Rural, basicamente com as mesmas finalidades que fizeram surgir o Paraná 12 Meses.
Todos eles foram financiados pelo Banco Mundial instituição que tem dinheiro de sobra para aplicar em países pobres a juros mínimos.
Mas o governo do Paraná não aproveitou. Com isso, os pequenos produtores passam a ser atendidos apenas pelos rotineiros (e quase sempre precários) projetos locais.
Olho vivo
Embarque O Crea/PR, finalmente, decidiu criar uma comissão para estudar a crise do Porto de Paranaguá. O grupo vai reunir 40 entidades para analisar as deficiências do terminal e propor soluções ao governador. O presidente Álvaro Cabrini Júnior diz que a demora do Crea de embarcar no assunto depois de tanto tempo se deveu ao "intuito de se resguardar das discussões conjunturais e eleitorais, em virtude de o tema ser polêmico." Mas agora promete dar sua "opinião técnica sobre os rumos que a APPA pode tomar nos próximos quatro anos."
Irajá Vice-prefeito de Curitiba (eleito com Jaime Lerner em 1988), deputado estadual por duas legislaturas e ex-coordenador estadual do Procon, Algaci Túlio acabou assessor do governador Requião. Foi nomeado para o cargo dia 14. Na última eleição, pela segunda vez consecutiva, Algaci não conseguiu voltar à Assembléia: teve apenas 9.859 votos.
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