Até ontem o país assistia consternado a um jogo malicioso de esquivas e conspirações veladas. Por poucos dias teve-se a impressão de que Dilma e Cunha se salvariam, abraçados numa estratégia de chantagens recíprocas. Essa notícia era péssima em dois sentidos.
De um lado, sufragava o que restou do senso de moralidade pública. De outro, indicava que a paralisia institucional e a derrocada da economia iria se alastraria, pelo menos, até o final do mandato de ambos. Com o início do impeachment, a guerra política entre Cunha e Dilma foi declarada.
Agora os atores políticos terão que escolher um lado. Não se sabe quem cairá primeiro ou se ambos serão cassados. O fato é que o vencedor da primeira batalha terá que reunir apoio político para sobreviver o que, provavelmente, lhe dará uma sobrevida.
Nesse cenário, o processo de impeachment e o ético-disciplinar contra Cunha podem ser boas notícias, não porque será lavada a alma do povo brasileiro – que se tornará probo depois da queda do(s) presidente(s) –, mas porque o simples fato de saber que um nó (político) será desatado gera a expectativa de que a crise poderá ser enfrentada, de maneira mais organizada, já a partir de 2016 e não a partir de 2019. É má a notícia de que e economia não melhorará tão cedo (o que afeta a renda das famílias). Por outro lado, a definição (de lados) na política pode ser uma luz no fim do túnel.
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