Escolha
A primeira atitude que o interessado em concursos deve ter é escolher o perfil de certame que pretende concorrer. Investir em editais muito distintos não é aconselhável. “Assim, a pessoa vai perder energia no estudo de disciplinas às vezes muito diferentes”, diz o diretor do Curso Luiz Carlos, Henrique Arns. Se a ideia é se candidatar em diversos certames, é melhor investir em concursos para preenchimento de cargos parecidos em diversas regiões do país.
Quem acompanha os editais de concursos públicos pelo país deve ter tido a impressão de calmaria nos últimos meses. Mas, enquanto isso, as escolas especializadas em preparação para certames esperam a abertura de 200 mil vagas em editais ao longo de 2015 – quantidade maior que a registrada no ano passado, por exemplo. Os cargos chamam a atenção principalmente de quem pretende seguir uma carreira estável, com salários atraentes e outros benefícios. E a área do direito não foge dessa tendência.
Mas a pergunta que ronda os concurseiros é: por que a demora para o lançamento dos editais? O diretor do Curso Luiz Carlos, Henrique Arns, acredita que a resposta para essa pergunta está na burocracia. Com a transição para um novo mandato governamental e o orçamento ainda não votado, não há verbas previstas para que a administração pública faça novas contratações. “Também é natural que no começo de mandato haja uma contenção de gastos e, consequentemente, de concursos”, diz. Mas essa realidade deve mudar, segundo ele.
“Ao mesmo tempo que isso acontece, há diversos concursos vencendo e a necessidade da população por mais delegados, agentes federais, por exemplo, vai bater à porta da administração”, aponta Arns. O professor do Curso Jurídico Michel Knolseisen também vê a crise econômica e política afetando a vida dos concurseiros, principalmente no nível do Executivo federal, mas acredita que, ao mesmo tempo, essa deve ser uma motivação a mais para quem busca um cargo na administração pública.
“A grande motivação do concurseiro é a busca por estabilidade, a economia está dando claros sinais de instabilidade, a iniciativa privada já começou a dispensar”, diz. Para o professor, entretanto, a área jurídica ainda não tem sofrido baixa de concursos. Ele cita como exemplo o esperado certame para servidores do 1º grau do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que já possui comissão designada, mas, conforme anúncio do presidente da instituição, seria tratado com “cautela”. “Apesar disso, sabemos que o concurso deve sair”, acredita Michel.
Editais do TJ-PR e TRT 9 geram expectativa, mas não têm data prevista
Dois grandes concursos do âmbito jurídico são esperados no Paraná: o de técnico de primeiro grau do Tribunal de Justiça (TJ-PR) e o do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região.
Leia a matéria completaPreparação
Knolseisen aponta ainda que a pessoa que é habituada a acompanhar os editais para concursos já está acostumada com a alternância de momentos de “crise” e “êxtase”. “Os alunos estão cientes disso, não é o primeiro período de baixa pelo que eles estão passando, o importante é não perder o foco”, observa. Para ele, quem está interessado em entrar na carreira pública também deve prestar atenção não apenas na concorrência, mas no grau de dificuldade dos certames. “Há muitos concursos que não preenchem o total de vagas por falta de aptos”, diz.
Os dois especialistas no assunto apontam que o momento de calmaria também é ideal para a preparação dos concurseiros. Conforme Arns, é natural que os cursos preparatórios tenham um nível de inscrições padrão antes do lançamento dos editais, mas esse número cresce exponencialmente com os anúncios. “Mas, quem começa a se preparar já antes do edital, geralmente sai na frente, porque depois é preciso apenas fazer o que nós chamamos de ‘ajuste fino’, de acordo com a banca do concurso, mas, no geral, ele já está apto”, aponta.
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