O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), rebateu nesta quinta-feira a afirmação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "é fraquinha". Sarney disse que não leu a declaração de Jobim (dada à revista Piauí), mas acredita que ele "jamais" faria um comentário para atingir o governo ou seus integrantes. "Eu acho até que esta (declaração) não combina com a ministra Ideli porque a Ideli é até bem gordinha, não é bem fraquinha", afirmou o senador.
"O que posso dizer é que o ministro Jobim é um homem muito experiente, muito equilibrado. Jamais faria comentário que pudesse atingir as pessoas ou o governo", acrescentou. O senador não acredita que a crítica do ministro da Defesa com relação à atuação das ministras Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti resultem na sua exoneração do cargo. Sarney lembrou que Jobim já disse que "está muito bem no governo". "Ele realmente não tem nenhuma intenção de deixar sua posição de ministro E esse comentário não deve ter sido feito por ele", defende.
Em uma entrevista à Revista Piauí, Jobim chama o governo Dilma de "atrapalhado", diz que a ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti, é "fraquinha", e que Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, "não conhece Brasília". As declarações causaram mal-estar dentro do governo e colocaram na mesa do Planalto a possibilidade de a presidente Dilma avaliar se mantém ou não Nelson Jobim no cargo de ministro da Defesa. Se Dilma decidir mesmo antecipar a demissão de Jobim, um dos nomes cotados é o do atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.
Por conta de outras declarações, Jobim já estava na lista dos ministros de Dilma que poderão ser substituídos na primeira reforma ministerial, prevista para o final deste ano ou o início de 2012. Agora, com a entrevista dada à Piauí, que chega na sexta-feira às bancas, a presidente pode decidir pela demissão imediata de Jobim, desistindo da ideia de não mexer no governo enquanto não assentar a poeira da base aliada levantada pela crise política no Ministério dos Transportes, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e na estatal Valec.
O ministro viajou na quarta-feira à noite para São Gabriel da Cachoeira (AM). Nesta quinta pela manhã, ele partiu para Tabatinga (AM), onde, ao lado do vice-presidente da República, Michel Temer, assina um plano de vigilância de fronteiras entre Brasil e Colômbia. Pela agenda oficial, Jobim deixa a base do Cachimbo (AM) às 20h30, devendo chegar a Brasília perto da meia-noite.
Em recente entrevista concedida ao programa Poder e Política, da Folha de S. Paulo e do UOL, Jobim criou incômodo no Planalto ao fazer questão de revelar que, nas eleições do ano passado, votou no candidato tucano José Serra, o adversário da candidata vencedora, Dilma Rousseff.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião