Lula disse que, sob sua liderança, não houve corrupção na Petrobras.| Foto: Alan Marques/Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a investigadores da Operação Lava Jato não acreditar “que os principais partidos da base aliada tenham, através de sua liderança, obtido vantagens indevidas” de contratos da Petrobras. Mais de 60 políticos são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) suspeitos de receber propina do esquema de corrupção da Petrobras. As informações constam do depoimento do ex-presidente, realizado no dia 16 de dezembro na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, em um dos inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF). O depoimento ocorreu em dezembro do ano passado e foi tratado como secreto. Um esquema especial foi montado para que Lula fosse à sede da PF.

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Aos investigadores, o ex-presidente afirmou também que nunca tratou de indicações políticas na Petrobras, se limitando a indicar os dois presidentes da companhia durante sua gestão: José Eduardo Dutra e José Gabrielli. Ele disse ainda que as indicações são normais em um governo de coalizão e que elas passavam pela Casa Civil, inicialmente comandada pelo ex-ministro José Dirceu. Apesar disso, o ex-presidente disse que tinha conhecimento de que a indicação de Jorge Zelada para a diretoria Internacional da Petrobras era feita pelo PMDB.

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Defesa de Vaccari

Lula disse também acreditar na inocência do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, condenado a 15 anos e quatro meses por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-presidente afirmou aos investigadores que a condenação de Vaccari se deve apenas a “delações premiadas” e que a punição não era definitiva. O ex-presidente disse ainda não acreditar que o ex-tesoureiro tenha recebido vantagens indevidas de contratos da Petrobras “uma vez que era conhecedor da legislação”.

Lula disse ter sabido pela direção do PT que João Vaccari fez um “excelente trabalho à frente da tesouraria do PT”. E que a “qualidade do trabalho desempenhado” pelo ex-tesoureiro teria sido atestada, inclusive, pelo presidente do partido, Rui Falcão. A força tarefa da Lava-Jato acusa Vaccari de cobrar percentuais de propina de empreiteiros referente a contratos do governo federal para abastecer o caixa do PT.