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Gleisi disse que processo é marcado por traições | Moreira Mariz/Agência Senado
Gleisi disse que processo é marcado por traições| Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

A senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) subiu à tribuna do Senado nesta segunda-feira (29) durante a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Em seu discurso, a política questionou mais uma vez a legitimidade da Casa para julgar a colega de partido e atacou o processo que pode afastá-la definitivamente da Presidência da República.

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“A política não veste saias, ainda é um ambiente misógino”, afirmou a senadora, que disse ser uma “imensa tristeza” ver a presidente sendo julgada “por esse Senado”, em um momento que qualificou de “deprimente” para a democracia brasileira.

Gleisi fez fortes críticas ao impeachment, que qualificou de “golpe” e disse ter sido feito “sem tanques, baionetas ou tortura física”, mas com “muita tortura psicológica”. A senadora disse ainda que Dilma cometeu erros, mas que muitos senadores também o fizeram. “O que nos dá o direito de julgá-la, de apontar dedos?”, afirmou.

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As críticas também pesaram para o lado do Congresso, ao qual Gleisi colocou “muito da participação” para a crise econômica. Segundo ela, as “pautas-bomba”, além da oposição sistemática do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contribuíram para o governo atribulado no segundo mandato da presidente petista.

A senadora aproveitou para cutucar alguns ex-aliados de Dilma, que hoje declaram voto a favor do impeachment. Entre os citados estavam Cristóvam Buarque (PPS-DF), o ex-ministro Garibaldi Alves (PMDB-RN) e a ex-ministra e ex-petista Marta Suplicy (PMDB-SP).

“Aliás de ser uma farsa, um golpe, esse é um processo marcado por grandes traições e ingratidão”, exaltou Gleisi, que disse ser uma “alegria e uma honra” ter sido “companheira de caminhada” e ministra da presidente afastada.

No fim de sua fala, a senadora questionou Dilma sobre como o país faria os investimentos necessários caso a proposta do interino Michel Temer (PMDB), de instituir um teto aos gastos públicos. Antes de ceder a palavra a presidente, Ricardo Lewandowsky, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e que preside os trabalhos no Senado durante o julgamento do impeachment, orientou Dilma a restringir suas respostas ao seu governo, e não falar sobre o de Temer.

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Em sua resposta a Gleisi, Dilma destacou realizações de sua administração, destacando as feitas no Rio de Janeiro para a realização da Olimpíada. Ela ressaltou ainda os programas como o Bolsa-Atleta, aos quais ela atribuiu o sucesso do país nas disputados ocorridas durante o mês de agosto.

A presidente afastada também disse que os aeroportos do Brasil receberam “outra cara” durante o seu governo, sem as filas que sempre marcaram a rotina de quem viajava de avião. Ela também ressaltou obras que fez “em todos os estados” do país. E destacou mais uma vez os programas sociais que permitiram tirar o país do mapa da fome, como o Bolsa Família, que ela afirmou que era chamado pelos adversários de “bolsa esmola”.

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