| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

A semana da Operação Lava Jato começou quente. Logo na segunda-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a 20ª fase da investigação, com foco em um novo operador do esquema e ex-funcionários da Petrobras. Entre os alvos da nova fase está a compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA, que teria causado prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras. Foram cumpridos dois mandados de prisão: do ex-gerente da área Internacional da Petrobras Roberto Gonçalves e do operador Nelson Ribeiro (foto). Na sexta-feira (20), o juiz Sergio Moro decidiu prorrogar em cinco dias a prisão de ambos. Gonçalves nega envolvimento com o esquema. Já a defesa de Ribeiro alega que ele tem interesse em fechar um acordo de colaboração premiada.

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INFOGRÁFICO: Os detalhes da Operação Lava Jato

Doação enganosa

Em depoimento na quinta-feira (19), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-RS) disse que a doação eleitoral que recebeu para a campanha de 2014 da Engevix, envolvida na Lava Jato, foi “um engano”. Ele recebeu R$ 190 mil em 2014, por meio do Diretório Nacional do partido. Teixeira disse ao juiz Sergio Moro que a doação foi trocada, mas afirmou não se lembrar qual era a empresa doadora original.

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Delação bomba

A divulgação de trechos da delação premiada do operador Fernando Baiano fez tremer grandes autoridades. Ele disse que ouviu falar que o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli sabia sobre “acertos políticos” relacionados a propinas em contratos da refinaria de Pasadena. Baiano também revelou o papel do empresário Gregorio Marin Preciado no episódio. Preciado é casado com uma prima do senador José Serra (PSDB-SP) e ajudou em campanhas eleitorais de tucanos. Para completar, Baiano disse ter pago entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão ao senador Delcídio Amaral (PT-MS) por meio de um amigo de infância do petista.

Recompensa

Depois de colaborar com as investigações, Baiano teve sua recompensa: na quarta-feira (18), depois de um ano preso, ele passou a cumprir a pena em regime de prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Ele deve ficar nesse regime por um ano.

Gastou demais

Laudo da Polícia Federal anexado ao inquérito do STF que trata da Lava Jato aponta que os gastos do senador Fernando Collor (PTB-AL) com cartão de crédito entre 2011 e 2013 são incompatíveis com a renda declarada por ele à Receita. As faturas somaram R$ 3 milhões, sendo que seu salário de senador somou no período R$ 700 mil. O laudo também revela que quatro carros de luxo de Collor, no valor total de R$ 6,2 milhões, foram adquiridos em parte com dinheiro suspeito de ser propina do esquema.

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Manobrando

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usa de todas as manobras para se livrar da representação no Conselho de Ética por suposto envolvimento no caso da Lava Jato. Na quinta (19), ele considerou nula a sessão do Conselho em que seria apresentado o relatório favorável ao seu processo de cassação, o que revoltou parlamentares de vários partidos. Cunha disse ser vítima de golpe por parte de alguns parlamentares petistas e chamou de “aberração” a sessão informal do grupo.

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